Tipos de úlceras vasculares: entendendo as diferenças

A correta identificação do tipo de úlcera é crucial para o tratamento apropriado, porque tratar apenas a ferida com curativos quase sempre é ineficaz se não for tratada a causa da úlcera

  • Por Brazil Health
  • 10/10/2024 17h45
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Freepik Ulceras vasculares As úlceras vasculares são um problema de saúde significativo que pode levar a complicações graves se não forem tratadas adequadamente

As úlceras vasculares representam um desafio significativo na área da saúde, afetando a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Estas lesões de pele resultam de problemas circulatórios e podem ser classificadas em três tipos principais: úlceras venosas, arteriais e mistas. Compreender as diferenças entre elas é fundamental para um diagnóstico correto e um tratamento eficaz.

Úlceras Venosas

As úlceras venosas, também chamadas úlceras varicosas, são as mais comuns, representando cerca de 70-90% de todos os casos de úlceras vasculares. Elas ocorrem principalmente nas pernas, especialmente na região do tornozelo, devido a quadros avançados de varizes ou após uma sequela de trombose. Nessa condição, as veias não conseguem retornar o sangue de forma eficiente ao coração, levando ao acúmulo de líquido nos tecidos das pernas próximo ao tornozelo ou pés, e consequentemente causando úlceras.

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Características:

– Localização: geralmente nas áreas próximas ao tornozelo.

– Aparência: as úlceras venosas são frequentemente de bordas irregulares, com fundo úmido avermelhado. Podem estar rodeadas por inchaço e manchas escuras na região.

– Sintomas: os pacientes podem relatar dor leve, sensação de peso nas pernas e inchaço, que tendem a piorar ao longo do dia.

Úlceras Arteriais

As úlceras arteriais, embora menos frequentes, são consideradas mais graves. Elas surgem devido à uma dificuldade do sangue em chegar na perna, com diminuição do fluxo sanguíneo, geralmente causada por aterosclerose (acúmulo de gordura na parede da artéria, causando uma obstrução). Essa redução da circulação sanguínea impede a entrega de oxigênio e nutrientes necessários para os tecidos, levando necrose da pele e a formação de uma úlcera. Esse tipo de úlcera é sinal de que a circulação está gravemente comprometida, motivo pelo qual é considerada mais preocupante.

Características:

– Localização: comumente localizadas nos pés, dedos ou áreas de pressão, como calcanhares, mas pode acometer outras regiões da perna abaixo do joelho.

– Aparência: tendem a ser bem definidas, com bordas nítidas e fundo seco. A pele ao redor pode aparecer pálida ou azulada.

– Sintomas: os pacientes frequentemente sentem dor intensa, especialmente ao caminhar, que pode diminuir ao repousar. A dor pode ser acompanhada de sensação de frio nas extremidades.

Úlceras Mistas

As úlceras mistas, como o nome sugere, apresentam características tanto das úlceras venosas quanto das arteriais. Elas podem ocorrer quando o paciente tem problemas de circulação venosa e arterial simultaneamente. 

Características:

– Localização: podem aparecer em qualquer parte da perna ou pé.

– Aparência: as características variam, mas geralmente apresentam bordas irregulares e podem ter um fundo úmido ou seco, dependendo do tipo predominante de insuficiência vascular.

– Sintomas: os sintomas podem incluir dor, inchaço e alterações na coloração da pele, dependendo da gravidade da insuficiência venosa ou arterial.

A correta identificação do tipo de úlcera é crucial para o tratamento apropriado. Isso porque tratar apenas a ferida com curativos quase sempre é ineficaz se não for tratada a causa da úlcera. Sendo assim, o diagnóstico vascular correto é fundamental para a cicatrização da ferida, pois é no tratamento da doença vascular que conseguimos a cicatrização do ferimento. 

As úlceras vasculares são um problema de saúde significativo que pode levar a complicações graves se não forem tratadas adequadamente. A distinção entre úlceras venosas, arteriais e mistas é essencial para um manejo eficaz. Se você ou alguém que você conhece apresenta sinais de úlceras, é fundamental procurar um profissional de saúde para uma avaliação detalhada e orientações apropriadas. O tratamento precoce pode fazer toda a diferença na recuperação e na qualidade de vida do paciente.

*Por Dra. Andréa Klepacz CREMESP 128.575 / RQE 51419
Cirurgiã Vascular 

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