Entidades e prefeito do Rio criticam possível flexibilização de voos no Santos Dumont para 2026
Firjan e Fecomércio alertam para insegurança jurídica e enfraquecimento do Galeão; paralisação de linhas de ônibus também afeta a capital fluminense às vésperas do Natal
A possibilidade de flexibilização das restrições de voos e do teto de passageiros no Aeroporto Santos Dumont (SDU) para o ano de 2026 tem gerado fortes reações de autoridades e federações no Rio de Janeiro. A medida, sinalizada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, visa reverter em parte as limitações impostas ao longo de 2025, que tiveram como objetivo transferir fluxo para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e garantir a viabilidade da concessão deste último.
A nova diretriz do governo federal busca dar mais dinamismo ao Santos Dumont, considerado um dos poucos ativos rentáveis remanescentes sob gestão da Infraero, diante do aumento do turismo nacional e internacional. No entanto, a proposta encontra resistência no cenário local.
Reação das Federações
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-RJ) manifestaram preocupação oficial com a mudança.
Em nota, a Firjan defendeu que os esforços públicos devem ser direcionados para a criação de políticas de incentivo e melhoria da logística de acesso ao Galeão, que possui capacidade ociosa significativa — movimentando cerca de 17 milhões de passageiros em 2025, contra uma capacidade de 40 milhões.
Já a Fecomércio-RJ alertou que a eventual flexibilização enfraquece o planejamento do setor e gera insegurança regulatória. A entidade destaca que o momento é decisivo, visto que um novo leilão de concessão do Galeão está previsto para março de 2026. A alteração nas regras do Santos Dumont poderia afetar o interesse e os lances pelo terminal internacional.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), também criticou duramente a possibilidade, sugerindo a atuação de “forças ocultas” e apontando interesses comerciais de companhias aéreas na retomada das operações concentradas no aeroporto central.
Greve de ônibus afeta passageiros
Além do imbróglio aéreo, a mobilidade urbana no Rio de Janeiro enfrenta problemas no transporte rodoviário. Uma greve envolvendo duas empresas de ônibus entrou em seu segundo dia nesta terça-feira (23), afetando a circulação de 16 linhas que atendem o Centro e as zonas Norte e Sul da cidade.
Embora uma das empresas tenha retomado as operações parcialmente, passageiros relatam longas esperas e a necessidade de recorrer ao transporte alternativo (vans) ou aplicativos de mobilidade, arcando com custos mais elevados em um período de alto consumo devido às festas de fim de ano.
*Com informações de Rodrigo Viga
*Reportagem produzida com auxílio de IA


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