Marco Vitale revela mais detalhes das bandalheiras cometidas por Lula, Lulinha e seus comparsas

Os depoimentos e as provas apresentadas pelo jornalista serviram de base para a operação que marcou a 69ª fase da Lava Jato

  • Por Branca Nunes
  • 24/01/2020 19h00 - Atualizado em 25/01/2020 01h16
Chile, Punta Arenas, 16/02/2008. Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha) assiste palestra junto com os pais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia, em Punta Arenas, antes de visita à Base Brasileira Comandante Ferraz, na Antártida. - Crédito:JUCA VARELLA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:17157 Juca Varella/Estadão Conteúdo - 16/02/2008 Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha) AE

De volta ao programa Perguntar Não Ofende, Marco Vitale, autor do livro Sócio do Filho, que revela bandalheiras cometidas por Lula, Lulinha e seus comparsas, comenta a operação Mapa da Mina. Deflagrada em dezembro de 2019, a ação que marcou a 69ª fase da Lava Jato teve como alvo mais conhecido o filho do ex-presidente e, como base, os depoimentos e as provas apresentadas por Vitale. Confira trechos da entrevista:

“Algumas coisas da Operação Mapa da Mina me surpreenderam. A PDI, empresa do Kalil Bittar, irmão do dono formal do sítio em Atibaia, faturou R$ 15,2 milhões sem ter funcionários. A quadrilha possuía várias empresas sem funcionários e uma contratava a outra para fechar contratos milionários. O grupo Gol, do Jonas Suassuna, foi uma grande fachada para lavar dinheiro do Lulinha e do ex-presidente Lula”.

“As cifras apontadas na operação Mapa da Mina – fala-se em R$ 132 ou 193 milhões – são a ponta do iceberg. O que eles movimentaram chegou a algo em torno de R$ 750, R$ 800 milhões. Há vários casos que ainda não foram apurados”.

“O ex-presidente Lula conseguiu uma mesada para o filho e para os sócios do filho que girava em torno de R$ 1 milhão por mês durante quatro anos. Se tratou do acordo pela mudança no Plano Geral de Outorgas (PGO), que permitiu à Oi comprar a Brasil Telecom”.

“Ainda existem coisas para aparecer. O Banco Cruzeiro do Sul pagou à empresa JPA, em nome do Jonas Suassuna, R$ 19,1 milhões para a aplicação de um projeto chamado Banco Banca. Seria a instalação de terminais bancários em bancas de jornais e revistas. Esse projeto nunca saiu do papel. A JPA nunca teve funcionários e mesmo assim recebeu um valor milionário. Para roubar dinheiro e criar empresas fantasma, a quadrilha foi mestre. No momento, esse caso está sendo investigado”.

“Na hierarquia dessa organização criminosa, o primeiro criminoso, o chefe, é o ex-presidente Lula. A partir daí você tem o Lulinha que, com relação a ganhar dinheiro e fazer negociatas, seguiu à risca o que aprendeu com o pai. Há o Kalil Bittar, articulador político, o Fernando Bittar, que ganhou fama pelo sítio em Atibaia e sempre falou que a propriedade era do ex-presidente Lula, e, por fim, o Jonas Suassuna, o grande laranja. Lula comandava o esquema e quem articulava era o Lulinha”.

“O Conexão Educação vai aparecer na delação de Sérgio Cabral. Esse projeto contemplaria cada aluno da rede estadual do Rio de Janeiro com uma carteirinha. Se o estudante não passasse o cartão no leitor da escola, viria um SMS no celular dos pais. O projeto, feito em parceria com o governo do Rio, é interessante e poderia ter dado certo. Custou R$ 93,7 milhões. Deveria atender 1.591 escolas, mas depois de dois anos o Tribunal de Contas do Rio descobriu que houve indícios apenas em 38 escolas. A Mapa da Mina afirmou: “Contrataram 296 milhões de SMS, porém foram disparados 7 milhões”. Mesmo assim, Lulinha e sua turma ganharam R$ 15 milhões”.

“Outra novidade é a localização de parte dos documentos que eles tentaram esconder. Na véspera da operação Aletheia, um grupo de diretores da Gol começou uma força-tarefa interna para guardar documentos, hd’s e pastas numa sala. Em março de 2016, os agentes da PF revistaram todas, menos a maior, de n° 3, onde estava tudo escondido. Um agente disse: “Aqui nós não vamos entrar”. Eu descobri o paradeiro de parte dessa documentação, que tinha ido para a casa de um familiar do Jonas Suassuna, que começou a fazer a organização da papelada. Passei a informação para a PF, mas não tinha relatado no livro, porque poderia atrapalhar as investigações”.

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