“Uma em cada 100 pessoas pode ser considerada psicopata”

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2018 13h15 - Atualizado em 12/05/2018 13h20
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Reprodução Jack Nicholson em famosa cena na porta do filme O Iluminado

Figuras celebrizadas pelo noticiário policial, como Suzane Von Richthofen, Roberto Aparecido Alves Cardoso (o Champinha), Francisco de Assis Pereira (o Maníaco do Parque) ou Gustavo Napolitano são bem mais numerosas do que imaginamos. Segundo Daniel Vasques, psiquiatra forense do Instituto Médico Legal de São Paulo, uma em cada 100 pessoas pode ser considerada potencialmente psicopata. A maioria delas, entretanto, ou 53%, jamais cometerá um assassinato. “É o chefe autoritário, alguém que sente prazer em maltratar um animal na rua, ou abusa psicologicamente de um familiar”, exemplifica Vasques. “Embora sejam considerados crimes menores, são formas de psicopatia”.

Filho de Paulo Argarate Vasques, psiquiatra que elaborou os laudos que pesaram decisivamente na prisão de Champinha e do Maníaco do Parque e perito do Caso Celso Daniel, por exemplo, ele acompanhou desde criança o desenrolar de alguns dos mais chocantes crimes ocorridos no país. “Todos nós temos a capacidade de matar”, diz. “O que nos impede são os valores éticos e morais. Um mecanismo de freio, um filtro que não nos deixa ceder a esses impulsos”.

Na entrevista, Daniel também comenta o aumento do número de suicídios entre jovens. Ele acredita que uma das causas seja a dificuldade de lidar com frustrações. “As crianças e jovens hoje se frustram muito pouco e com menos intensidade”, conta. “Antes, para assistir a um desenho na televisão, era preciso esperar pelo horário em que começava o programa infantil e, depois, pela hora em que os desenhos eram transmitidos. Hoje, eles estão à disposição 24 horas por dia”.

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