Pratos clássicos e suas harmonizações 

Pratos icônicos podem harmonizar com o vinho tranquilamente

  • Por Esper Chacur Filho
  • 09/06/2024 14h07 - Atualizado em 09/06/2024 14h12
Arquivo Pessoal/Esper Chacur Filho Vinhos, pratos clássicos e suas harmonizações Coquetel de Camarão, receita tradicional em que o molho leva raiz forte, vai bem com Petit Chablis–Maison Alexandre, pelo frescor e minerabilidade

O gosto por pratos bem elaborados, requintados mesmo, sempre esteve enraizado àqueles que apreciam e consomem vinhos regularmente. A história da gastronomia, ou do gosto, tem origens coloniais, mas o aprimoramento do gosto se deu após a Primeira Guerra Mundial, isto para os centros urbanos e mesas mais fartas, quando os hábitos europeus encontraram com os ingredientes nacionais. Assim, a origem da gastronomia no Brasil ocorreu no período colonial, em meio à mistura dos povos indígenas, que aqui estavam, africanos e portugueses. Essa integração foi a grande responsável pela formação da nossa culinária. E o vinho, de mero coadjuvante, passou a ter papel importante na mesa. Pratos icônicos como a Lagosta a Thermidor, o Coquetel de Camarão, Melão com Presunto Cru, Strogonoff de Filé Mignon (cuja receita por aqui executada não tem nada a ver com a original russa), Cuscuz Paulista, Camarão à Grega, Torta de Frango, Canja de Galinha, Salada Russa e o tradicional Pudim de Leite podem harmonizar com o vinho tranquilamente. Vou sugerir algumas harmonizações, ainda que com algum grau de subjetividade, para estes pratos.

A Lagosta a Thermidor, de molho bem pesado e muita manteiga, pode ser acompanhada de um vinho branco mais parrudo, com passagem em madeira, por exemplo o Viapiana Gran Premium Via 1986 Chardonnay, do Rio Grande do Sul, de uma estrutura e elegância à toda prova. O Coquetel de Camarão, com sua receita tradicional em que o molho leva raiz forte, vai muito bem com um Chablis, por exemplo, o Petit Chablis – Maison Alexandre, por conta de seu frescor e minerabilidade. O Strogonoff de Filé Mignon segue muito bem com um Pinot Noir do hemisfério sul, aí sugiro o Alma Negra Pinot Noir, argentino, que é bem gastronômico. O Melão com Presunto Cru pode ser servido ancorado com uma taça de espumante brut ou extra brut, por exemplo, o Espumante Salton Extra Brut Ouro, que deve ser servido bem refrescado. O Cuscuz Paulista, em sua receita tradicional, merece um branco leve, por exemplo, o Pinot Grigio Toscana – Bonacchi – por conta de sua acidez. Já o Camarão à Grega pode ser servido com um tinto leve, como, por exemplo, o Louis Latour Gamay Beaujolais-Villages, que pode ser servido refrescado. A Torta de Frango vai muito bem com um Chianti de entrada, sugiro o Ruffino Chianti DOCG. A Canja de Galinha, sempre gorda, pode ir bem com um espanhol riojano mais simples, por exemplo, o Marqués de Cáceres Crianza. A Salada Russa pede um vinho fresco e simples, aí a sugestão é o rose Don Guerino Sinais Malbec Rosé, que deve ser servido na temperatura de um branco de entrada. E o Pudim de Leite, com calda de caramelo, é bem guarnecido com o tinto licoroso uruguaio Familia Deicas Vintage Licor de Tannat. Feitas as sugestões, sempre é bom lembrar que não há regras fixas para gostos e prazeres, assim a criatividade deve, sempre, dar o norte. Salut!

 

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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