Dólar cai e ronda R$ 4,65 com inflação nos EUA no radar; Bolsa sobe
Índice de preços ao consumidor norte-americano vai a 8,5% em um ano, maior valor desde 1981; análise de setores, porém, mostra que pressão deve estar próxima do pico
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta terça-feira, 12, com investidores analisando dados da inflação nos Estados Unidos divulgados nesta manhã. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou alta de 1,2% em março ante fevereiro, e foi a 8,5% no acumulado anual — o maior patamar desde o fim de 1981. O salto inflacionário aumenta a pressão pelo aumento de juros nas próximas reuniões do Federal Reserve (Fed). Por volta das 12h30, o dólar registrava queda de 0,5%, a R$ 4,667. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 4,695, enquanto a mínima não passou de R$ 4,623. O câmbio encerrou a véspera com queda de 0,4%, a R$ 4,690. O cenário fazia o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, subir 0,6%, aos 117.692 pontos. O pregão desta segunda-feira, 11, fechou com queda de 1,16%, aos 116.952 pontos.
As pressões inflacionárias nos EUA vieram pouco acima do esperado pelos analistas. Porém, ao retirar os alimentos e energia — principais “vilões” da inflação —, o CPI registrou alta de 6,5% na comparação anual, levemente abaixo das expectativas. O resultado indica que o indicador da inflação possa estar atingindo o pico, apesar de se manter em patamares mais pressionados em mais de quarenta anos. O resultado reforça a expectativa de aperto da política monetária. O Fed já sinalizou que deve fazer apertos de 0,5 ponto percentual nos próximos dois encontros, ante alta de 0,25 ponto percentual no mês passado. “Hoje na curva de juros se precifica que a taxa básica norte-americana chegue entre 2,5% e 2,75% ao final de 2022, mas não nos surpreenderia se o movimento total seja ainda maior este ano, em 3%”, afirma o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.
No cenário doméstico, os investidores seguem analisando as falas na véspera do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre surpresas com o avanço de 1,62% em março da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o maior registro para o mês em 28 anos. O resultado fez o acumulado em 12 meses subir a 11,3%. Para analistas, os sinais da autoridade monetária indicam para o alongamento da trajetória de juros, hoje em 11,75% ao ano. No último encontro, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que deve fazer novo acréscimo de 1 ponto percentual no mês que vem.
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