‘Não mudou nada na minha vida’, diz brasileiro após melhor resultado da história do país no triatlo
Miguel Hidalgo não escondeu frustração após perder a disputa, mesmo alcançando marca histórica pelo Brasil na modalidade
Miguel Hidalgo conseguiu o melhor resultado do triatlo brasileiro na história olímpica ao terminar em 10º lugar nos Jogos de Paris 2024 nesta quarta-feira (31). A prova do triatlo na França aconteceu após ter sido adiada por causa da qualidade da água do rio Sena. O resultado, porém, não agradou o atleta. “É uma porcaria”, disse ele, de forma frustrada, minutos após a prova, ainda debaixo de um sol escaldante em Paris. Mesmo com a posição inédita do Brasil na modalidade, a questão de nunca ter subido em algum pódio foi fator determinante para a tristeza de Hidalgo. “Sei que nunca peguei um pódio mundial, mas fiz uma preparação para tentar ganhar a prova. Pra mim, poderia ter feito uma prova mais conservadora e talvez ficado uma colocação um pouco melhor, mas fiz tudo o que pude para pegar a medalha”, afirmou.
Se cobrando após a derrota e refletindo sobre quão importantes são as medalhas para a cultura do esporte no Brasil, o atleta afirmou que “ninguém lembra do quarto (lugar) em diante”. De forma incisiva, Hidalgo acrescentou: “Eu sei que, para mim (o décimo lugar), não mudou nada na minha vida, mudaria alguma coisa na minha vida se tivesse sido medalhista, sei lá, acho que a cultura do brasileiro é essa. Não vou ser eu que vai mudar, o brasileiro gosta de ver o atleta ganhando e eu que lide com isso”
Hidalgo, que completou a prova em 1h44min27s, teve um resultado adverso na natação, quando terminou em 23º. Na transição, ele sofreu ainda mais e acabou saindo para o ciclismo em 27º. Entretanto, Hidalgo conseguiu uma bela escalada até a quinta posição durante os 40 km de pedal. “Mentalmente, estava buscando a medalha o tempo inteiro e simplesmente a energia acabou. Eles mantiveram o ritmo e meu ritmo caiu. Eu fiz tudo que pude para a medalha e no final acabei lutando só pelo top 10”, afirmou.
O brasileiro, porém, reserva um pouco de otimismo para seu futuro em Jogos Olímpicos. “Sei que ainda tenho muito para amadurecer como atleta, e em 2028 quero fechar esse gap e tenho certeza que vou ganhar ainda. Do top 10 eu sou o mais novo, talvez até do top 20. Triatlo é um esporte de resistência que você demora um pouco mais para amadurecer mesmo e é isso: décimo lugar e vamos pra Los Angeles”, concluiu.
*Com informações do UOL
Publicado por Marcelo Bamonte
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