A família Trumpeone

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 12/07/2017 07h51
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Ameaça de bomba na Trump Tower faz polícia evacuar o local

Divulgação As revelações sobre este encontro na Trump Tower são as mais explosivas até agora na busca de confirmação sobre algum tipo de conivência entre o regime Putin e a campanha eleitoral de Trump

No meio do furacão Trump, eu comecei a semana mudando de assunto nos meus boletins no Jornal da Manhã. Falei das mazelas da Venezuela e do Sudão do Sul. No entanto, eu estou como o presidente americano, que podemos chamar de Don Trumpeone, em alusão ao poderoso chefão Vito Corleone.

Ele quer mudar de assunto e tocar a bola para a frente com aquele outro poderoso chefão, Vladimir Putione. Deixa para lá este negócio de interferência russa nas eleições americanas do ano passado. No entanto, não dá para deixar para lá. E eu estou como Michael Corleone, na frase clássica: “Quando eu pensei que estava fora, eles me puxam de volta”.

Como ignorar a saga dos poderosos chefões no atual momento político americano? Agora é o capítulo envolvendo Donald Trump Júnior. Nas revelações do New York Times, o filhote se encontrou em junho do ano passado, no calor da campanha eleitoral, dentro da Trump Tower, na Quinta Avenida, em Nova York, com uma advogada russa, ligada ao Kremlin, que poderia ofertar sujeira sobre Hillary Clinton. Júnior foi forçado a admitir o encontro exibindo e mails a respeito na terça-feira.

Do encontro participaram também o então chefe de campanha, Paul Manafort e Jared Kushner, o genro e consigliere de Don Trumpeone. Os fervorosos partidários do presidente dizem que não houve nada demais no encontro desta troika com alguém de um governo hostil aos EUA (pelo visto não para o governo Trump). Não há limite para estes militantes justificarem e normalizarem a sem-vergonhice Trump.

As revelações sobre este encontro na Trump Tower são as mais explosivas até agora na busca de confirmação sobre algum tipo de conivência entre o regime Putin e a campanha eleitoral de Trump. Sem dúvida, material rico para o promotor especial Bob Mueller, encarregado de investigar o caso.

Seja o que for, é péssimo para a família Trump. Nem dá para fazer ironia com o fato de que Júnior tenha contratado um advogado conhecido por defender mafiosos. No mínimo, o encontro foi de uma ingenuidade descomunal, uma tremenda patetice.

E já que estamos fazendo tantas alusões à clássica trilogia de Francis Ford Coppola, qual personagem da família Corleone, Donald Trump Júnior nos lembra? Claro que Fredo. Ok, são dois Fredos, pois Eric Trump está à altura do irmão.

Não vou tão longe com as analogias. Nada de dar a colher de chá para a filhota Ivanka, achando que ela seja genial como Michael. Partiria o coração de muita gente.

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