Projeto para anistiar hackers da Lava Jato mostra o Brasil sempre nas mãos dos corruptos
Renan Calheiros, autor da proposta, afirma que os hackers já pagaram um alto preço pela exposição na mídia e por terem sido detidos
Pois é, o senador Renan Calheiros – ele mesmo! – apresentou projeto de lei para anistiar os seis hackers denunciados pelo Ministério Público Federal na Operação Spoofing. Gente de péssimo caráter que fez da política um negócio lucrativo nunca sai de cena. Prova disso é essa figura conhecida do Brasil, Renan Calheiros, quatro vezes presidente do Senado. A operação da Polícia Federal foi deflagrada em 2019 para investigar a invasão de celulares de membros da Operação Lava Jato, incluindo o celular do então juiz Sergio Moro. Foi um ato criminoso até hoje não explicado. O STF transformou essa ilegalidade em um ato normal para favorecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo é anular as duas condenações de Lula, mais uma vergonha absoluta que este país será obrigado a engolir. Renan Calheiros afirma que as mensagens conseguidas de maneira criminosa pelos hackers são confissões inequívocas de perseguição política e de desprezo pelos direitos fundamentais das pessoas acusadas. Diz também, na cara dura, que os hackers extraíram um conjunto “estarrecedor” de conspirações que violaram a ordem jurídica e o estado democrático de direito com propósitos políticos. Que bela narrativa! Eis Renan Calheiros de volta, tentando um lugarzinho ao sol para livrar sua cara de tantos malfeitos – como diria Dilma – que cometeu em sua vida parlamentar.
Os procuradores se mostram indignados por mais essa manobra de Renan Calheiros, que frequenta o Congresso há uns 70 anos, sempre se livrando de acusações de corrupção, muitas engavetadas no STF. Falando à Jovem Pan nesta segunda-feira, 22, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Fábio George, observou que a proposta de Renan Calheiros além de inadequada, é inconstitucional, e incentiva atos criminosos como o praticado pelos hackers. Assinalou, ainda, que é exatamente uma reação contrária que se espera do Congresso Nacional. Não pode ser diferente. Está em jogo aí, com a ajuda do STF, a anulação das condenações de Lula pelo tríplex do Guarujá e pelo sítio de Atibaia. E Renan se prestou a isso. Os quadrilheiros se entendem e são cordiais entre si, mesmo quando se desentendem por interesses contrariados. Renan Calheiros tem de ter a hombridade de um dia se olhar no espelho e sentir que os tempos de falcatruas estão ficando para trás, embora os corruptos tenham conseguido acabar com a Lava Jato e esmagar a figura do ex-juiz Sergio Moro, que enfrentou os poderosos colocando-os na cadeia, além de obrigá-los a devolver os milhões roubados do dinheiro público. Isso, claro, incomoda muita gente. Gente como Lula, por exemplo, tido como o líder da esquerda brasileira.
Pobre esquerda que não tem onde cair morta, esfarrapada por escândalos vergonhosos e pelo maior esquema de corrupção já visto no mundo. Renan Calheiros afirma que os hackers já pagaram um alto preço pela exposição na mídia e por terem sido detidos. Ele acredita que o Congresso Nacional levará isso em conta. Por certo, Renan Calheiros quer transformar os hackers em heróis nacionais. Novo líder da maioria no Senado, Renan sempre se mostrou contra a Lava Jato e especialmente contra o ex-juiz Sergio Moro. Com 12 processos nas costas, não poderia ser diferente. Só que agora passou do limite da desfaçatez. São esses que mandam no Brasil. Uma história nunca foi explicada como seria num país sério. As escutas telefônicas já estão nas mãos de Lula, por determinação do ministro do STF, Ricardo Lewandowski. E por que estão nas mãos de Lula? Como a defesa de Lula usará esse material? Não falta muito para chegar-se ao fim da linha. O fim da linha já chegou. Esse projeto de lei de Renan Calheiros mostra esse Brasil sempre nas mãos dos corruptos, dos fora da lei. Representa uma afronta ao país. Um provérbio antigo diz que “o lobo perde o pelo mas não perde o vício”. Cabe direitinho em Renan Calheiros. Antigamente, esse provérbio era citado para situar bandidos e especialmente políticos corruptos e enganadores do povo. Está mais atual do que nunca.
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