Robinho se alinha aos que acham que podem tudo
Caso de violência sexual foi há nove anos, e ex-jogador achou que tudo cairia no esquecimento

Não haverá como contornar esse crime. Pode-se dizer sem erro que o ex-jogador Robinho encerrou a carreira. O caso nojento de Robinho vai de mal a pior. E tem que ser assim mesmo. O que ele fez na Itália não pode passar em brancas nuvens. Não. Muito pelo contrário. Tem que ter uma punição exemplar. O crime de estupro é um dos mais hediondos. Pois Robinho participou de um estupro coletivo na Itália e achou que, por ser o Robinho, tudo ficaria por isso mesmo. Não ficou. Agora, o Ministério Público de Milão enviou ofício ao Ministério da Justiça da Itália pedindo a extradição e prisão internacional do ex-jogador.
Ex-jogador, sim. Que clube terá a desfaçatez de contratá-lo? Nenhum. Robinho está condenado em última instância a 9 anos de prisão por violência sexual em grupo. O pedido é assinado pela promotora Adriana Blasco. Falando ao jornal italiano “La Repúbblica”, ela observou que a extradição de Robinho é improvável. O Brasil não extradita seus cidadãos. Mas se Robinho deixar o Brasil, será preso. Assim termina a trajetória de um jogador que se formou na Seleção Brasileira. Hoje tem 37 anos e não faz uma partida oficial desde julho de 2020, quando atuava no Sivasspor, da Turquia.
Alguns meses antes de deixar esse clube da Turquia, Robinho chegou a assinar com o Santos. Ocorre que os patrocinadores do Santos exigiram o desligamento de Robinho, argumentando, com razão, que não exporiam suas marcas patrocinando um estuprador. A violência sexual contra uma jovem albanesa aconteceu numa boate na Itália em 2013, segundo as investigações. Faz muito tempo e esse tempo deu ao ex-jogador brasileiro a sensação de que tudo cairia no esquecimento. E, como sempre, Robinho se diz inocente, na voz de seus advogados. Mas não é bem assim.
Robinho foi condenado em 2017 em primeira instância pelo Tribunal de Milão e em dezembro de 2020 pelo Tribunal de Apelações, que confirmou a condenação do jogador e considerou que ele agiu com “desprezo especial pela vítima, que foi brutalmente humilhada”, diz a sentença. O pedido de extradição será feito ao governo brasileiro pelo Ministério da Justiça da Itália. Dificilmente será atendido. Mas Robinho está preso. Preso no Brasil. É uma grande prisão, de dimensões imensas. Não será fácil fugir daqui. Com a carreira encerrada, não poderá mais sair do Brasil, qualquer que seja o motivo. Será preso em qualquer país porque pode receber o chamado alerta vermelho da Interpol. Caso isso chegue acontecer, Robinho será preso e deportado para a Itália a fim de cumprir sua pena.
Convém dizer que ainda existe a possibilidade de um novo julgamento aqui no Brasil. Mas a defesa do ex-jogador adianta que isso não ocorrerá e ele não cumprirá pena nenhuma. Pois deveria cumprir, sim. Os advogados do ex-jogador dizem que não cabendo prisão, Robinho não tem nenhuma medida de ordem penal. Não havendo possibilidade de extradição, e não havendo sentença condenatória no Brasil, Robinho é um cidadão livre. Exatamente, um cidadão livre, o que, aliás, ocorre com muitas dezenas de bandidos que gozam de liberdade injusta e nunca pagam pelos seus crimes. O caso de Robinho é igual. Ele se alinha aos grandes marginais que acham que podem tudo. Não podem. Quem sabe o dia dele chegará.
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