Você já imaginou Geraldo Alckmin fazendo campanha para o ‘menino maluquinho’ Fernando Haddad?

De repente, o ex-governador de São Paulo virou petista, e o PSDB virou coisa do passado

  • Por Álvaro Alves de Faria
  • 15/02/2022 12h11
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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO Geraldo Alckmin sorrindo Geraldo Alckmin é cotado para ser vice-candidato à presidência na chapa de Lula nas eleições deste ano

Quem diria que um dia isso iria acontecer? Você já imaginou o ex-governador Geraldo Alckmin, traído no PSDB, fazendo campanha do petista Fernando Haddad para o governo de São Paulo? Pois isso já está acertado. Alckmin é um político sério, nunca se meteu em falcatruas tão normais neste país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Um homem sério, que não cabe nesse ninho de cobras venenosas que é a política brasileira. Traído como foi, de maneira covarde, Alckmin foi obrigado, em nome de sua honra, a deixar o PSDB, partido que ajudou a criar. E seria candidato ao governo de São Paulo por outro partido que estava ainda escolhendo, com grande vantagem nas pesquisas eleitorais. Até que Luiz Inácio entrou na história e convidou Alckmin para ser o vice em sua chapa. Lula não é bobo. Como presidente da República, enfiou o país numa corrupção nunca vista no mundo. Lula traiu sua própria vida. Foi preso. E por uma manobra esperta do Supremo Tribunal Federal, está solto, candidato à Presidência da República. 

Lula já se considera eleito. A escolha de Alckmin para ser seu vice foi uma jogada que lhe dará aquele equilíbrio para os que não acreditam mais na sua honestidade. E não é para acreditar mesmo. Mas a figura de Alckmin, que mais parece um sacerdote entre os pecadores, ajuda muito a resgatar a imagem de antes. E fora isso, Lula se garante em São Paulo com o menino maluquinho Fernando Haddad, candidato ao governo paulista. Pior para os traidores do PSDB: Alckmin ajudará na campanha do menino maluquinho. É mais de meio caminho andado. Vocês já pensaram em ver Alckmin abraçado com o menino maluquinho numa eleição em São Paulo? Aliás, Alckmin e Haddad são amigos de verdade desde 2013. Começou quando Haddad era prefeito da cidade e teve que enfrentar aquele problema que se tornou grave das passagens de ônibus. O então governador Geraldo Alckmin procurou Fernando Haddad e se colocou à total disposição para resolver a questão. E resolveu. Foi quando Haddad afirmou para quem quisesse ouvir que nem o PT nem Dilma Rousseff, que era a presidente na época, haviam dado tanto apoio como Alckmin. Tanto que, como agradecimento, Haddad anunciou a redução das tarifas em cerimônia do Palácio dos Bandeirantes, ao lado do então governador Geraldo Alckmin.

Essa amizade nunca mais se desfez. E agora se estreitou mais com a chapa Lula-Alckmin. O PT afirma que a figura de Alckmin acalmará o mercado e os empresários com Lula na presidência, se vencer a eleição. Já Haddad observa que Alckmin será o avalista de sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes. Alckmin tem dito aos amigos mais próximos que participará ativamente da campanha de Fernando Haddad, inclusive viajando para o interior de São Paulo em companhia do petista e participando dos comícios. A Alckmin só falta escolher o partido ao qual se filiará. De repente, o ex-governador virou petista. Tanto fizeram que conseguiram tirar Alckmin do PSDB. Vingança ou não, o ex-governador já está enturmado com os petistas. O PSDB é coisa do passado.

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