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As fluidas frentes de batalha no Oriente Médio

Voluntários xiitas da Brigada do Hezbolah tomam posições ao combaterem grupo do Estado Islâmico em Amerli

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No meu comentário anterior, eu observei que os terroristas do Estado Islâmico estão acuados na Síria e no Iraque. O terror vive, mas não mais o tal do califado. Também observei que o regime genocida de Bashar Assad viverá, mas mantendo o controle sobre um território largamente reduzido.

Usando um termo de favela carioca, não haverá pacificação em uma conturbada região do Oriente Médio. Teremos, isto sim, o arrefecimento em algumas frentes de combate e o possível recrudescimento em outras. Vamos ficar apenas na Síria.

Israel intensificou ataques aéreos contra posições militares do regime Assad. São alertas sobre uma possível nova guerra no Oriente Médio. A guerra civil na Síria nos faz esquecer o cansado conflito entre Israel e a própria Síria (a última guerra foi em 1973) e Bashar Assad faz o que pode para convencer vários atores no cenário a manter Israel na lista negra.

Basta lembrar quem são os grandes asseclas de Assad na guerra civil: o Irã e a milícia terrorista libanesa Hezbollah, inimigos jurados de morte de Israel. No contexto mais amplo, o confronto que se arma é entre Israel e Irã quando a guerra intensa contra o Estado Islâmico arrefece na Síria e Iraque.

Para o regime de Teerã, a guerra civil síria e a batalha contra o Estado Islâmico servem para consolidar sua presença militar na Síria e assim ameaçar Israel, especialmente através do afilhado Hezbollah.

Com ajuda do regime de Teerã, o Hezbollah estocou dezenas de milhares de mísseis a serem lançados em um novo choque direto com Israel (o último foi em 2006).  O objetivo estratégico do Irã é o domínio do sul da Síria (através de Assad e Hezbollah), para ter uma vantajosa posição na fronteira israelense, perto das colinas de Golã.

Existe esta fluidez no terreno estratégico, enquanto o presidente Donald Trump, sujeito não exatamente dado a reflexões geopolíticas profundas, segue antenado no Estado Islâmico. Como ele disse recentemente: “Em relação à Síria, temos pouco a ver com o país, exceto matar o Estado Islâmico”. Enquanto isso, é claro, os russos são bem ativos no jogo fluido com seu apoio ao Irã e Assad.

Obviamente, o fim do Estado Islâmico não trará estabilidade ao Oriente Médio. E alguns players se aquecem para as novas partidas. Felizmente, Israel entre eles. O mesmo não pode ser dito sobre os EUA de Donald Trump.

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