Atentado com bomba do Boko Haram deixa dezenas de mortos na Nigéria
Johanesburgo, 1 jun (EFE).- Dezenas de pessoas que assistiam a um jogo de futebol na televisão em um movimentado bar da cidade de Mubi – no nordeste da Nigéria – morreram neste domingo com a explosão de uma bomba, informa a imprensa nigeriana, que aponta à seita islamita Boko Haram como responsável pelo atentado.
O bar era perto de uma base militar da cidade, no estado de Adamawa, que junto com os vizinhos Borno e Yobe são alvo da atividade terrorista do grupo.
O ataque aconteceu às 19h (horário local) (15h, em Brasília), pouco antes do toque de recolher decretado há alguns meses na região pelas autoridades para lutar contra as ações dos fundamentalistas. Alguns moradores da região garantiram ter visto, pelo menos, 60 corpos, informa o site do jornal local “The Punch”.
Até o momento, o ataque não foi reivindicado, embora, pela região em que ocorreu e pelas características, pareça ter sido realizado pelo Boko Haram. Segundo as primeiras informações, todas as vítimas são civis.
A polícia informou que prendeu dois supostos autores materiais do atentado. Um deles, contudo, morreu no hospital pouco depois da prisão, devido aos ferimentos, informa “The Punch”.
Esta nova ação de Boko Haram acontece depois que militantes armados da seita assassinaram a tiros, no domingo passado, várias pessoas em três povoados do estado de Borno, onde o grupo tem sua base espiritual e de operações.
No mesmo dia, o Ministério da Defesa de Camarões anunciou que suas tropas mataram mais de 40 membros de Boko Haram em uma operação feita na fronteira entre os dois países.
A operação militar foi revelada pouco depois que o Boko Haram entregou às autoridades camaronesas os três religiosos estrangeiros – dois italianos e um canadense – que a seita tinha sequestrado em abril. O governo camaronês não informou até o momento se pagou algum resgate pela libertação dos reféns, que foram sequestrados ao norte do país, perto da fronteira com a Nigéria.
Recentemente, as ações dos radicais despertaram indignação no mundo todo, depois que o grupo sequestrou em 14 de abril mais de 200 meninas de uma escola de Borno. As jovens continuam presas apesar da pressão internacional por sua libertação.
Somente nas últimas semanas, o grupo assassinou cerca de 300 pessoas no noroeste da Nigéria.
Boko Haram, que significa em línguas locais “a educação não islâmica é pecado”, luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
Desde que a polícia matou em 2009 o então líder e fundador de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já causou a morte de mais de quatro mil pessoas. EFE
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