Autoridades da Crimeia permitem entrada do enviado da ONU

  • Por Agencia EFE
  • 21/03/2014 12h43
  • BlueSky

Genebra, 21 mar (EFE).- O enviado da ONU para a Ucrânia, Ivan Simonovic, chegou nesta sexta-feira à Crimeia, território que acaba de ser anexado pela Rússia, para uma visita de dois dias para preparar o trabalho de uma missão de especialistas para vigiar a situação dos direitos humanos, anunciou nesta sexta-feira a sede de Nações Unidas em Genebra.

Simonovic visitou na semana passada a Ucrânia e, apesar das gestões que realizou, as autoridades pró-Rússia da Crimeia não permitiram a visita na península.

A ONU considerava “urgente” avaliar a situação dos direitos e liberdades fundamentais na Crimeia, em particular das minorias, ao destacar que em poucos dias foram produzidas “mudanças tremendas” que não eram positivas.

O governo da Crimeia, incorporada hoje oficialmente à Rússia, permitiu a entrada de Simonovic, chefe de uma equipe de quatro pessoas, que se reunirão com autoridades da Crimeia e representantes da sociedade civil, incluídos funcionários ucranianos e suas famílias, assim como representantes russos.

Os funcionários da ONU que serão desdobrados na Crimeia dependem do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Genebra.

A missão se reunirá nesta tarde com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Axionov; o presidente do parlamento, Vladimir Konstantinov; a procuradora-geral, Natalia Poklonskaya, além de representantes do escritório do defensor público, da imprensa e de organizações regionais. Além disso, Simonovic se encontrará com o chefe do Congresso do povo tártaro da Crimeia, Refat Chubarov.

A situação dos tártaros, uma minoria étnica de confissão muçulmana que tem uma presença histórica na Crimeia, está entre os assuntos que mais preocupam à ONU e a organizações defensoras dos direitos humanos, pois são partidários da integridade territorial da Ucrânia e contrários à anexação da Crimeia à Rússia.

Simonovic se reunirá também com o cônsul geral da Rússia.

Ao término de sua missão de na semana passada na Ucrânia, o alto funcionário da ONU anunciou que desdobraria de forma urgente uma missão no país para documentar as graves denúncias de violações dos direitos humanos e ajudar a reduzir as tensões.

Entre essas alegações figuravam as de torturas, desaparições, detenções arbitrárias e execuções sumárias, inclusive com a atuação de franco-atiradores. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.