Burundi curta acesso de celulares às redes sociais devido a protestos

  • Por Agencia EFE
  • 29/04/2015 10h33

Bujumbura, 29 abr (EFE).- Em meio a violentos protestos contra a vontade do presidente Pierre Nkurunziza de prolongar o mandato, as autoridades do Burundi cortaram o acesso dos celulares do país às redes sociais, segundo constatou a Agência Efe.

Nas ruas da capital Bujumbura, os cidadãos não podem usar nenhuma rede social como Twitter, Facebook, Whatsapp e Viber nesta quarta-feira, depois que as operadoras de telefonia teriam restringido o acesso à internet após receberem ordens das autoridades burundinesas.

No entanto, as pessoas que possuem conexão Wi-Fi em casa ainda podem acessar a internet sem nenhum tipo de restrição.

Desde domingo, foram registrados confrontos entre manifestantes e a polícia que provocaram a morte de cinco pessoas, três delas por tiros de policiais e duas supostamente pelas milícias de jovens do partido governante Conselho Nacional para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD).

No entanto, o chefe do Estado-Maior e o diretor-geral da polícia reduziram o número ontem para dois mortos e descreveram que 37 agentes ficaram feridos durante os protestos. As autoridades também anunciaram que cerca de 200 duzentos manifestantes que carregavam granadas e facas foram detidos.

A onda de protestos começou após o anúncio de que Nkurunziza pretende se candidatar à reeleição para um terceiro mandato presidencial, em votação que será realizada em junho.

A Constituição do Burundi estabelece que o presidente “é eleito por sufrágio universal direto por um prazo de cinco anos e renovável por mais uma vez”, por isso Nkurunziza não deveria se candidatar a um terceiro mandato como pretende, já que governa desde 2005.

Nas últimas duas semanas, mais de 21 mil cidadãos migraram para Ruanda fugindo da violência pré-eleitoral, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE

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