Busca de avião malaio segue “novas pistas confiáveis” no Índico
Kuala Lumpur, 28 mar (EFE).- As equipes de investigação mudaram nesta sexta-feira a área de busca do avião malaio desaparecido com 239 pessoas a bordo em águas do oceano Índico, após surgirem “novas pistas confiáveis” sobre seu possível paradeiro.
A Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA, na sigla em inglês) anunciou, antes de concluir a busca aérea no dia, o vigésimo primeiro, que um avião Orión da Força Aérea da Nova Zelândia fotografou objetos na nova zona.
A AMSA disse que só poderão saber se pertencem ao Boeing da Malaysia Airlines desaparecido quando um navio os recolher, o que está previsto para amanhã.
Uma equipe internacional que chegou a contar com a participação de 26 países procura há três semanas o avião malaio e as 239 pessoas que viajam a bordo.
A busca mudou várias vezes de localização desde os primeiros dias em que se vasculhou o Golfo da Tailândia até chegar a essa nova área no sul do Índico.
O ministro da Defesa e interino de Transportes da Malásia, Hishamudin Hussein, disse hoje em entrevista coletiva em Sepang, cerca de 50 quilômetros de Kuala Lumpur, que a mudança não provém de novas descobertas, mas de uma análise mais detalhada dos dados de satélite de Inmarsat.
Os especialistas determinaram que o Boeing 777-200ER voou mais depressa do que foi calculado a princípio e, por conseguinte, consumiu combustível mais rapidamente e ficou sem o suprimento antes.
“O processo de reexaminar os dados é normal em uma operação de busca como essa e, com cada passo que damos, estamos mais perto de entender a trajetória de voo do MH370”, afirmou Hishamudin.
A nova demarcação está cerca de 1.100 quilômetros a nordeste da área rastreada na quinta-feira antes de o mau tempo obrigar a cancelar as operações.
Hishamudin disse que a nova zona, de 319 mil quilômetros quadrados, oferece condições climatológicas e marinhas melhores que a anterior, embora continue apresentando dificuldades.
O território não tem os fortíssimos Vendavais da Latitude 40 conhecidos como “Roaring Forties” e apresenta uma profundidade marinha menor, de cerca de 2 mil a 4 mil metros.
Outra vantagem é que a área está a 1.850 quilômetros o oeste de Perth, enquanto a anterior ficava a cerca de 2,5 mil quilômetros da cidade australiana.
A proximidade permitirá aos aviões dedicar mais horas ao reconhecimento do local.
Hishamudin manifestou que a mudança também não descarta os objetos fotografados no Índico por satélites da China, da França, da Tailândia e do Japão e cuja procedência ainda não foi comprovada.
“O grande número de objetos e a dificuldade em sua identificação mostra quão complexa é essa investigação”, precisou o ministro.
Um satélite japonês fotografou dez objetos flutuantes cerca de 2.500 quilômetros ao sudoeste do litoral australiana em 25 de março, segundo se soube hoje, enquanto satélites da França e Tailândia captaram dias antes 122 e 300 objetos, respectivamente, todos eles ao sudoeste de Perth.
A equipe técnica que analisa os dados dos satélites é formada por, entre outros, especialistas da Inmarsat, da Air Accidents Investigation Branch do Reino Unido, além de China, Estados Unidos, Malásia, Boeing e Rolls-Royce.
As caixas-pretas do avião têm baterias para 30 dias, mas Hishamudin prometeu que a busca continuará além desse prazo, se necessário.
Os Estados Unidos, por sua vez, enviou uma máquina que detecta caixas-pretas.
O voo MH370 decolou de Kuala Lumpur com 239 pessoas rumo a Pequim na madrugada de 8 de março e desapareceu dos radares civis da Malásia uns 50 minutos após decolar.
Embarcaram 153 chineses, 50 malaios (12 formavam a tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadenses, um russo, um holandês, um taiuanês e dois iranianos que utilizaram passaportes roubados de um italiano e um austríaco.
O exame dos dados de radar e satélite levou os especialistas a concluirem que o Boeing deu a volta e acabou no sul do Índico, em um lugar distante de terra e que não oferece esperanças de sobreviventes. EFE
fp/tr
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