Fatores de risco para infarto agudo do miocárdio diferem dependendo do sexo
Pesquisa mostrou que a depressão em mulheres jovens está entre os principais causas; histórico familiar é agravante entre os homens
Nos últimos anos, houve um aumento importante de mulheres com menos de 55 anos hospitalizadas em decorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM). Para que o infarto possa ser prevenido, é muito importante que conheçamos os principais fatores de risco, assim como as diferenças entre os sexos. Neste contexto, um artigo científico de grande relevância clínica foi publicado recentemente na prestigiosa revista “JAMA” e encontrou sete fatores de risco potencialmente preveníveis para o primeiro episódio de infarto em homens e mulheres adultos jovens. O texto demonstra diferenças significativas.
Entre as mulheres, os principais fatores de risco para o infarto agudo do miocárdio são diabetes, tabagismo, depressão, hipertensão e baixo nível sócio-econômico. Entre os homens, ter diabetes, histórico familiar de IAM, ser hipertenso ou ter o colesterol alto estão entre os principais riscos. De modo surpreendente, a depressão em mulheres jovens está entre os principais fatores de risco — mais do que hipercolesterolemia e hipertensão arterial. Pessoas do sexo feminino com depressão têm três vezes mais chance de infarto do que aquelas sem este transtorno mental. O diabetes e o tabagismo também aumentam cerca de 3,5 vezes a chance de infarto.
O tabagismo aumentou cerca de 3 vezes o risco de IAM em ambos os sexos. Quando o aumento do colesterol foi avaliado, demonstrou ser mais grave para os homens do que para as mulheres. Estes dados mostram que, dentre outros fatores, precisamos promover o diagnóstico precoce e o cuidado adequado dos quadros depressivos em mulheres. Além de provocar impactos significativos no funcionamento emocional, interpessoal e laboral, a depressão aponta para prejuízos relevantes na saúde física feminina.
Fonte: Sex-Specific Risk Factors Associated With First Acute Myocardial Infarction in Young Adults; Yuan Lu, ScD e colaboradores JAMA Network Open. 2022;5(5):e229953. doi:10.1001/jamanetworkopen.2022.9953
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