Estigma pode ser uma barreira para que idosos cuidem da saúde mental

Estudo mostra que a maioria não teria problema em procurar tratamento no futuro; mas, caso seja preciso buscar ajuda, 3 em cada 10 hesitaria

  • Por Camila Magalhães
  • 05/05/2022 10h00
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Freepik Mulher idosa sênior com aparência amigável e positiva, com cabelos grisalhos e rugas, passando o dia em casa, bebendo chá Pesquisa sugere que sabedoria e experiência de vida podem contribuir para a percepção de uma melhora da saúde mental na terceira idade

Boa notícia: uma nova pesquisa publicada no “American Journal of Geriatric Psychiatry” mostrou que a maioria dos idosos está se sentindo bem em relação à saúde mental. Foram analisados mais de 2 mil adultos com idades entre 50 e 80 nos. Oitenta por cento disseram que a saúde mental era tão boa ou melhor do que há 20 anos. Os autores apontam que o agravamento do bem-estar psicológico não faz parte do envelhecimento e sugerem que resiliência, sabedoria e experiência de vida podem contribuir para a percepção de uma melhora diante de estressores típicos da idade. Os mais velhos, entre 70 e 80 anos, eram ainda mais propenso em relatar uma melhor saúde mental do que os mais jovens, entre 50-59 anos. Além disso, o estudo revela que 87% dos idosos se sentem confortáveis em abordar o tema; 30,6% preferem falar sobre isso com seu provedor de cuidados primários; 25% gostam de conversar com profissionais especializados, 25% com o cônjuge ou companheiro e apenas 11% com outros familiares e amigos.

Sem preconceitos, a maioria dos idosos afirmou que não hesitaria em procurar tratamento no futuro. Mas, caso seja preciso buscar ajuda, 3 em cada 10 hesitaria, o que significa que o estigma anda pode ser uma barreira que impede o tratamento dessa parte da população. O estudo também descobriu que pessoas mais velhas com problemas de saúde física são mais propensos a ter uma saúde mental pior e de se sentirem desconfortáveis em falar sobre esse tema. Falar com esse grupo de pessoas que, muitas vezes, é esquecido ou deixado de lado é fundamental. Além disso, ter profissionais de saúde treinados para oferecer os cuidados necessários pode contribuir — e muito — para que tenham uma melhor qualidade de vida. Tem alguma dúvida ou quer sugerir um tema? Escreve para mim no Instagram: @dra.camilamagalhaes.

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