Mal-estar na adolescência: até que ponto é normal?
Pais devem ficar atentos quando comportamentos perigosos, isolamento, bebedeira, consumo de drogas, anorexia, vandalismo ou violência estiverem presentes
A saúde mental na adolescência é um tema de interesse crescente entre pesquisadores, educadores e pais de todo o mundo, isso porque os jovens vivem em um mundo hiperconectado, acelerado, exigente e ainda conturbado por crises de naturezas distintas. Se é bem verdade que passamos uma vida buscando equilibrar nossa autoestima, é na adolescência que passamos a compreender que a relação com o outro é biologicamente, afetivamente e socialmente vital para cada um de nós. O adolescente precisa do outro para entender quem ele é, mas em meio a falsas imagens e desejos excessivos de projeção e visibilidade individual, ele pode reagir mal ou elaborar sentimentos contraditórios sobre si mesmo, já que é nesta fase que seu repertório de vida ainda é tão diminuto.
É comum mães e pais se sentirem desarmados para administrar a turbulência dos filhos. “Doutora, meu filho mudou! Ele não é mais o mesmo!” Sim, ele muda todos os dias. O conflito é parte do atravessamento da adolescência. Nesta fase, ele costuma ser mais impulsivo. O adolescente age mais do que fala do seu mal-estar. Cabe aos pais respeitarem e dialogarem sobre esta fase de explosão hormonal, de muitas exigências sociais, dos amigos, do mundo virtual fantasioso e dos próprios desejos dos jovens. O filho real não é o que sonhamos, o filho real é o que ele é. Ele irá sofrer, se revoltar, entristecer e essas serão angústias normais e necessárias para ele se tornar adulto.
Alguns irão correr riscos e se colocar à prova em busca do seu valor. Os pais devem ficar atentos quando comportamentos perigosos, isolamento, bebedeira, consumo de drogas, anorexia, vandalismo ou violência estiverem presentes. Se estes quadros não forem cuidados, eles poderão levar a comportamentos de automutilação, ideação suicida, dentre outros transtornos mentais como depressão e ansiedade. Quer sugerir algum tema? Escreva para o Instagram @dra.camilamagalhaes.
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