Medo até de comer em público? Fobia social atrapalha a vida da pessoa e pode desencadear vícios
Quem sofre desse transtorno tem um pavor tão intenso de ser avaliado que o cérebro interpreta este evento como um perigo real, desencadeando uma série de reações físicas
Quem nunca ficou nervoso para falar em público ou em uma entrevista de emprego? Parece que não importa quantas vezes a gente tenha passado por aquela situação, a sensação de frio na barriga, tremedeira e suor frio sempre aparecem! O medo e a ansiedade são emoções adaptativas e naturais. O medo é uma resposta a um perigo imediato e prepara o nosso corpo para luta ou fuga, ou seja, para a gente encontrar meios de enfrentar aquela situação desconfortável. A ansiedade vem antes de um evento que ainda não aconteceu e desperta vigilância e cautela.
Geralmente essas emoções são temporárias e vão embora quando a situação acaba. Mas, em alguns casos, a pessoa pode sentir medo e ansiedade excessiva por períodos prolongados, em situações nas quais seu desempenho está sendo avaliado pelos outros. Isso tem o nome de transtorno de ansiedade social. Lembra dos exemplos dos quais falei no começo deste texto? Quem sofre desse transtorno tem um medo tão intenso de ser avaliado que o cérebro interpreta este evento como um perigo real, desencadeando uma série de reações físicas.
Temendo que os outros percebam, com o tempo, a pessoa com transtorno de ansiedade social passa a fugir de situações sociais comuns como comer em público, assinar um documento ou pedir uma informação, e não somente quando seu desempenho está em jogo. Quando a fobia não é tratada, pode prejudicar, e muito, o desempenho nos estudos, no trabalho e nos relacionamentos. Isso tem impacto direto na autoestima e bem-estar. Em alguns casos, a pessoa pode fazer uso de álcool ou calmantes com o objetivo de amenizar seu sofrimento e aumentar seu enfrentamento, mas isso, na verdade, aumenta a chance de desenvolver dependência destas substâncias.
Caso você se identifique com alguns destes sintomas, é importante procurar ajuda de um psiquiatra ou psicólogo. O tratamento mais indicado é a psicoterapia, mas, em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser necessário. Se você convive com uma pessoa assim, lembre-se de que as situações que parecem banais para você são sentidas como um perigo real para ela. A melhor forma de ajudar é acolhendo seu sofrimento e encorajando-a a procurar ajuda para melhorar a compreensão sobre os seus medos, seu enfrentamento e convívio social. Se você tiver alguma dúvida ou quiser sugerir algum tema, escreva para mim: dracamila@jovempan.com.br ou no Instagram @dra.camilamagalhaes. Até a próxima!
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