China e EUA minimizam desavenças e fecham diálogo com acordos

  • Por Agencia EFE
  • 10/07/2014 13h17
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Xavier Fontdeglòria.

Pequim, 10 jul (EFE).- China e EUA fecharam nesta quinta-feira a sexta rodada do Diálogo Econômico e Estratégico, reunião que se concentrou nos avanços para assinar acordos bilaterais e na que passou pisando em ovos pelos temas sensíveis e as divergências existentes entre as duas potências.

Os dois dias de conversas acabaram hoje com mais de 100 acordos majoritariamente econômicos, mas também em âmbitos como a luta contra a mudança climática, o tráfico de espécies protegidas e a criação de grupos de trabalho para a prevenção da proliferação de armas nucleares ou para reforçar o diálogo entre ambos os exércitos.

“A China tem um papel extremamente importante a desempenhar na luta contra uma série de questões globais e a esperamos para ser parceiros neste empenho”, declarou o secretário de Estado americano, John Kerry, na entrevista coletiva conjunta que encerrou os diálogos.

Assim, as duas potências concordaram em trabalhar para a desnuclearização da Coreia do Norte e o Irã, o fim da violência e o reatamento das negociações na Síria e a “reconciliação e revitalização” do Afeganistão.

Além disso, assinaram oito acordos em projetos conjuntos que têm por objetivo reduzir as emissões de gases poluentes que causam o efeito estufa.

No terreno econômico, avançaram nas negociações para a assinatura de um tratado de investimento bilateral, cujo texto estará previsivelmente estipulado no final de ano para passar, em 2015, a elaborar a chamada “lista negativa”, que deve detalhar em que setores não será permitido investir.

“O sucesso da rodada de conversas se reafirma em que os dois países têm a capacidade e a sabedoria de se entender e conduzir suas contradições e diferenças”, resumia hoje o vice-primeiro-ministro chinês Wang Yang.

Apesar de ambos os países dizerem ter dialogado sobre pontos de atrito como a cibersegurança ou as tensões de soberania entre a China e seus vizinhos asiáticos, os porta-vozes das delegações minimizaram esses assuntos sensíveis em virtude dos “benefícios em longo prazo”.

Uma vez fechado o diálogo, Kerry disse na entrevista coletiva da delegação americana que os Estados Unidos “não tomam partido por nenhuma das partes” nos conflitos marítimos da China com os países vizinhos (Japão, Vietnã, Filipinas), mas reconheceu que as ações de Pequim “geram preocupação”.

Simultaneamente, o vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Zheng Zeguang, insistia que a China “tem uma atitude firme em defender sua soberania” e instava aos Estados Unidos a “adotar um ponto de vista objetivo”, as mesmas palavras que utilizou há três dias quando os encontros não haviam começado.

No terreno da segurança cibernética, e em meio a uma nova suposta prática de espionagem dos Estados Unidos pela China revelada hoje pela imprensa americana, ambas as delegações coincidiram em “trabalhar conjuntamente” mas não conseguiram que o Grupo de Trabalho Cibernético Chinês-Americano retome suas atividades.

A China suspendeu as conversas depois que o Departamento de Justiça dos EUA anunciou a acusação de espionagem industrial em grande escala contra cinco membros do Exército Popular de Libertação chinês.

Os altos cargos chineses diziam hoje que os dois dias de conversas e especialmente as palavras dos presidentes Xi Jinping e Barack Obama – as desse último por carta – que defenderam por “deixar para trás os velhos patrões de confronto”, tinham conseguido “injetar energia positiva” nas reuniões.

Enquanto isso, um dos representantes da delegação americana comentava nos corredores do complexo pequinês de Diaoyutai que “pelo menos agora falamos de tudo, até das diferenças”. EFE

xf/tr

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