Comissão de investigação da Síria não revela nomes de supostos criminosos

  • Por Agencia EFE
  • 17/03/2015 08h32

Genebra, 17 mar (EFE).- A comissão de investigação das Nações Unidas sobre a Síria não revelará publicamente por enquanto as listas com os nomes de pessoas acusadas de cometer crimes durante o conflito, mas entregará os documentos para autoridades de determinados países.

“Não revelaremos publicamente a lista de nomes agora”, afirmou o diplomara brasileiro Paulo Sergio Pinheiro, presidente da comissão de investigação da ONU sobre a Síria ao apresentar o relatório (o nono até agora) ao Conselho de Direitos Humanos da organização.

A comissão elaborou cinco listas de supostos criminosos e as guarda de forma secreta.

“Neste momento, servirá para fazer divulgações específicas. Compartilharemos os nomes e informação sobre supostos criminosos com autoridades que estão preparando casos para serem apresentados perante juízes competentes e imparciais”, acrescentou Pinheiro, sem esclarecer a que autoridades e de que país se referia.

O diplomata se limitou a dizer que “este será um processo que respeitará os direitos humanos, um julgamento justo para o acusado e o direito à verdade das vítimas”.

“Continuaremos fornecendo para as autoridades dos Estados informação de nossos extensos arquivos para ajudar suas investigações”, acrescentou o presidente da comissão.

Para Pinheiro, é importante encontrar responsáveis pelos crimes, pois nos quatro anos de guerra ninguém foi até agora julgado ou condenado.

“Uma cultura de impunidade nasceu no interior da Síria. Parece que quem continua violando a lei internacional faz isso sem nenhum medo de depois ter que assumir a responsabilidade por seus atos”, afirmou Pinheiro.

O diplomata brasileiro afirmou que a comissão segue defendendo que o Conselho de Segurança transfira para o Tribunal Penal Internacional ou a outro tribunal específico para o caso da Síria.

Além disso, Pinheiro reiterou que é “imperativo que termine o envio de bombas, morteiros, artilharia e mísseis balísticos para a Síria”, assim como o envio de fundos para autoridades e beligerantes “definidos como terroristas pelo Conselho de Segurança”.

“A comunidade internacional concorda em que não há uma solução militar para o conflito. No entanto, armar e enviar dinheiro para as partes em conflito, mais a chegada de combatentes estrangeiros, exacerba a ideia de que a vitória é possível”, lamentou. EFE

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