Cúpula: 35 países se comprometem a adotar diretrizes de segurança nuclear

  • Por Agencia EFE
  • 25/03/2014 12h03

Haia, 25 mar (EFE).- Um total de 35 países se comprometeram nesta terça-feira a se submeterem a avaliações internacionais e a adotar diretrizes legislativas de segurança nuclear, no marco da Cúpula de Segurança Nuclear que termina hoje em Haia.

Dois terços dos 53 países de todo mundo que participam desta cúpula aceitaram estas medidas em favor da segurança e da luta contra o terrorismo nuclear, informou a organização em comunicado.

Analistas internacionais avaliarão a eficácia das medidas de segurança nuclear, de modo que possam incorporar diretrizes sobre a proteção de materiais nucleares em suas legislações nacionais.

Este compromisso se soma aos acordos gerais que os participantes assumiram como resultado da terceira edição desta cúpula, após as realizadas em Washington em 2010 e em Seul em 2012.

Atualmente, os Estados-membros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não são obrigados a seguir as linhas diretrizes sobre a proteção de material nuclear, mas se decidirem incorporá-las a seu direito nacional, serão obrigados a cumprir essas normas, que afetarão os Governos, o setor privado e a comunidade científica.

Por enquanto, 30 países assumiram as diretrizes da AIEA em suas legislações nacionais.

Os estados que declararam hoje seu compromisso chegaram a permitir que equipes de analistas internacionais avaliem seus procedimentos de segurança de materiais nucleares.

“A admissão de analistas externos é uma ferramenta poderosa”, sublinharam os organizadores da cúpula, ao considerar que “garante que a segurança seja avaliada sobre a base de padrões internacionais” assim como “a eficácia das medidas empreendidas”.

Os países se mostraram convencidos, além disso, de que tal sistema servirá também para “impulsionar a confiança internacional”, de modo que “haja maior certeza que os terroristas não serão capazes de obter materiais nucleares”.

Assinaram o acordo Espanha, Chile, México, Argélia, Armênia, Austrália, Bélgica, Canadá, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, França, Geórgia, Alemanha, Hungria, Israel, Itália, Japão, Cazaquistão, Lituânia, Marrocos, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Filipinas, Polônia, Coreia do Sul, Romênia, Suécia, Turquia, Ucrânia, Emirados Árabes, Reino Unido, EUA e Vietnã.

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, destacou em seu discurso na sessão plenária que foram alcançados “progressos significativos” em matéria de segurança nuclear desde as cúpulas prévias de Washington e Seul, e que muitos estados melhoraram a proteção física, o controle e a responsabilidade sobre esse tipo de materiais.

“Esta cúpula se transformou em uma plataforma importante para acelerar e manter tais avanços”, comentou.

O presidente lembrou que a União Europeia (UE) é o maior doador da AIEA, e que por enquanto foram concedidos 40 milhões de euros para ajudar em matéria de segurança nuclear mais de 100 países.

Além disso, o presidente indicou que a ajuda bilateral da UE contribuiu para melhorar os padrões de segurança e prevenir o tráfico ilegal destes materiais.

Van Rompuy recalcou, no entanto, que ainda é preciso trabalhar mais para armazenar de maneira segura todo o material nuclear em todos os países, assim como em favor da não-proliferação de armas nucleares.

O segundo dia da cúpula continua com a ausência já dos líderes do Reino Unido, Itália e França, que retornaram a seus países. EFE

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