Denise: BC quer incentivar renegociação de dívidas para quem fizer ‘reeducação financeira’
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, antecipou, nesta terça-feira (19), uma novidade: a instituição pode lançar um programa de renegociação de dívidas para consumidores que façam um curso de educação financeira.
A renegociação de dívidas, por si só, não exatamente uma novidade, já que várias instituições têm feito feirões com esse objetivo – a queda dos juros tem colaborado para negociações diretas entre consumidores e credores, com um bom desconto no valor da dívida. Mas a novidade é o Banco Central ter essa iniciativa vinculada à preocupação de fazer com que a população saiba lidar melhor com as finanças.
Esse é um problema sério, que acaba levando ao superendividamento, à inadimplência, independentemente das variações do custo do crédito. Basta ver que os maiores problemas dos endividados são aquelas linhas mais caras, como o rotativo do cartão e o cheque especial, que devem ser evitadas sempre, até porque não cederam muito, nem mesmo com a queda recorde da taxa básica de juros, a Selic, que está em 5% ao ano (e deve cair mais).
Os bancos, em geral, tem tido uma preocupação maior com a orientação financeira. No entanto, ainda não há indicações do que o BC fará, na prática, nem quando. Mas fica o recado, da importância de a população saber lidar melhor com o dinheiro e não apenas quem tem pouco.
Tem gente com renda baixa que sabe administrar as finanças muito melhor do que muitos que têm renda elevada. E hoje é preciso saber lidar, de um lado, com o crédito ainda caro; com taxas, em muitos casos, abusivas, e, de outro, com juros cada vez menores nas aplicações, que podem levar, até, a um ganho real negativo, abaixo da inflação.
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