Desarticulam quadrilha de policiais que atuava na Zona Oeste
Rio de Janeiro, 15 set (EFE). – Até o momento, 21 policiais, incluindo o terceiro na hierarquia da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foram presos em uma operação para desarticular um esquema de propinas na Zona Oeste.
Entre os presos figuram seis oficiais superiores da PM, incluindo o ex-comandante coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, chefe do Comando de Operações Especiais (COE), a quem estão subordinados os batalhões de Operações Especiais (Bope), de Choque e de Ações com Cães.
A operação é feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em parceria com a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Eles cumprem 25 mandados de prisão, sendo 24 contra policiais militares, além de 43 mandados de buscas e apreensões.
A quadrilha é acusada de cobrar propina a empresas de ônibus, cooperativas de kombis e de mototaxistas, empresa de gás e comerciantes de Bangu em troca de ignorar várias irregularidades cometidas pelos empresários. O grupo atuou entre 2012 e 2013 e exigia subornos que variavam entre R$ 30 e R$ 2.600, que eram cobrados semanal ou mensalmente. A investigação foi feita com base em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, diferentes documentos e depoimentos das vítimas.
“Os policiais envolvidos na quadrilha prejudicavam o policiamento ostensivo no bairro de Bangu, deixando de servir à população, ignorando o combate ao transporte irregular de pessoas por vans ou kombis em situação ilegal, por mototaxistas, inclusive pelo uso de motocicletas com a documentação irregular, roubadas, furtadas ou com chassis adulterados”, segundo um comunicado da secretaria de Segurança Pública.
A ação de hoje leva o nome de Compadre 2 e é um desdobramento da Operação Compadre realizada em abril deste ano pela Subsecretaria de Inteligência da SSP. Na época, foram cumpridas 78 mandados de prisão, sendo 53 contra policiais, para desarticular a quadrilha que cobrava propina a feirantes e comerciantes com mercadorias ilícitas na região.
Os acusados responderão na 1ª Vara Criminal de Bangu por crime de associação criminosa armada, delito que não consta do Código Penal Militar, e que gera de dois a seis anos de prisão. No Ministério Público eles responderão por diversos crimes de concussão, que serão apurados pela Auditoria de Justiça Militar Estadual. EFE
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