Estado dos EUA executa condenado que aparentemente era deficiente mental

  • Por Agencia EFE
  • 28/01/2015 01h27
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Atlanta (EUA), 27 jan (EFE).- O estado da Geórgia, nos Estados Unidos, executou nesta terça-feira Warren Hill, um preso que supostamente era deficiente intelectual e foi condenado à morte pelo assassinato de seu companheiro de cela em 1990.

Hill, um afro-americano de 54 anos, foi dado por morto às 19h55 locais (22h55 de Brasília) após receber uma injeção letal na penitenciária de Jackson, de acordo o Departamento Correcional da Geórgia.

Minutos antes, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou o pedido da defesa que solicitava o cancelamento da execução com o argumento de que a deficiência de Hill o desabilitava para a pena capital.

“A (Suprema) Corte permitiu, sem nenhum escrúpulo, uma grotesca injustiça na Geórgia”, afirmou o advogado de Hill, Brian Kammer, em comunicado.

“A Geórgia permitiu que um deficiente intelectual inquestionável fosse executado em contradição com um precedente claro da própria Suprema Corte, que proibiu esta crueldade”, acrescentou Kammer.

O advogado se referiu a uma sentença da Suprema Corte de 2002, que estabeleceu que a execução de pessoas com incapacidade intelectual violava uma proibição constitucional prevista na Oitava Emenda, a do castigo cruel e incomum.

Ao mesmo tempo, a Suprema Corte determinou que cabem aos estados estabelecer se os presos são ou não deficientes.

No caso de Hill, o estado da Geórgia o considerou apto para receber uma injeção letal, apesar de a defesa ter alegado que seu coeficiente intelectual era parecido com o de uma criança.

Segundo Kammer, sete médicos diagnosticaram sua deficiência mental.

Hill também tinha o apoio da Associação Americana de Incapacitados Intelectuais, a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor e do ex-presidente americano Jimmy Carter.

Em 1986, Hill assassinou sua então namorada, Myra Wright, de 18 anos, com 11 tiros e foi condenado à prisão perpétua por esse crime.

Enquanto cumpria pena, em 1990, Hill esfaqueou seu companheiro de cela e foi condenado à morte em um novo julgamento.

Hill é o segundo preso executado na Geórgia neste ano e o 57º desde que a pena de morte foi reestabelecida em 1976.

Também é o quinto do ano na totalidade dos Estados Unidos e o de número 1.399 desde 1976.

Os estados do Texas e Oklahoma devem realizar outras três execuções entre amanhã e quinta-feira. EFE

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