EUA defendem que Irã tenha até 24 dias para receber inspeções nucleares

  • Por Agencia EFE
  • 19/07/2015 14h04

Washington, 19 jul (EFE).- O secretário de Energia, Ernest Moniz, e o secretário de Estado americanos, John Kerry, defenderam neste domingo o acordo nuclear com o Irã e que sejam concedidos ao país até 24 dias para inspeções de instalações atômicas não declaradas.

Em entrevista ao canal “CBS”, Kerry afirmou que “não existe tal coisa como inspeções a qualquer momento e em qualquer lugar em controle de armamentos” e isso não se aplica a nenhum país.

O chefe da diplomacia americana garantiu que esse ponto jamais foi cogitado nos quatro anos de negociações entre Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China, França e Alemanha com o Irã sobre seu programa nuclear.

Moniz se mostrou “muito confiante” que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) poderão certificar descumprimentos nas limitações de desenvolvimento nuclear obrigadas pelo acordo inclusive se passarem 24 dias desde a notificação ao Irã da intenção de visitar um centro não declarado.

A margem de 24 dias contemplada pelo acordo para anunciar e abordar inspeções nucleares no Irã foi criticada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e será um dos pontos mais focados da batalha da Casa Branca quando tentar vender o acordo no Congresso.

No entanto, os inspetores da AIEA terão a possibilidade de acesso 24 horas em centros nucleares declarados, enquanto a margem de 24 dias para os não declarados é algo inovador e que evita atrasos “intermináveis”, segundo Kerry.

Kerry e Moniz comparecerão ao Congresso americano na próxima semana para explicar detalhadamente o histórico acordo com o Irã, que tenta evitar que o país utilize sua tecnologia nuclear para fins militares.

O Congresso terá dois meses para analisar o acordo e votar a favor ou contra. Se o Legislativo americano se opuser ao pacto nuclear com o Irã, o presidente americano, Barack Obama, poderá vetar a lei – como já prometeu -, sempre e quando os opositores não superarem os dois terços. EFE

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