EUA patenteiam método brasileiro para desenvolver vacinas contra aids

  • Por Agencia EFE
  • 27/10/2014 21h18
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Rio de Janeiro, 27 out (EFE).- Um método desenvolvido por pesquisadores brasileiros e que pode ser usado para a produção de vacinas contra diferentes doenças, com resultados promissores para prevenir a aids, foi patenteado nos Estados Unidos.

O método, patenteado no Brasil em 2005, é produto de vários anos de trabalho de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informou nesta segunda-feira este organismo vinculado ao Ministério da Saúde e que é considerado o maior centro de pesquisa médica da América Latina.

A tecnologia foi reconhecida pelo Escritório Americano de Patentes e Marcas (UPTO, na sigla em inglês) após dez anos de trâmites, segundo um comunicado da Fiocruz.

O método de desenvolvimento de vacinas patenteado se baseia na modificação do código genético do vírus que transmite a febre amarela para ser usado no combate de outras doenças.

Ao vírus da febre amarela é introduzida uma pequena partícula de outro vírus viva, mas atenuada, ou seja, sem capacidade para desenvolver a doença que é transmissora.

Com o vírus geneticamente modificado, os pesquisadores preveem introduzir em pacientes uma determinada quantidade do outro vírus, com o objetivo que as defesas dos seres humanos possam reconhecer os patógenos e estabelecer um padrão para combatê-los, ou seja que desenvolvam defesas.

Como resultado deste processo se obtêm os “vírus recombinados”, capazes de ensinar o sistema imunológico dos pacientes a reconhecer outras infecções.

Um dos objetivos da Fiocruz é conseguir implementar este método no desenvolvimento de vacinas contra a aids, e os pesquisadores já estão realizando testes, até agora bem-sucedidos, com macacos, considerados os melhores modelos para o estudo da doença por sua semelhança genética com os humanos.

Nos testes clínicos com estes animais, que são realizados nos Estados Unidos, se combinou o código genético do vírus da febre amarela com o do VIS (vírus de imunodeficiência em símios), que nele tem um efeito similar ao da aids nos humanos.

Quando a vacina desenvolvida com este método foi aplicada nos macacos, seu sistema imunológico aprendeu a reconhecer os patógenos do VIS e suas defesas atuaram de uma forma mais eficaz sobre a doença.

Esta tecnologia foi criada pela chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivirus da Fiocruz, Myrna Bonaldo, e pelo pesquisador do Instituto de Tecnologia em Inmunobiológicos da fundação, Ricardo Galler.

No segundo semestre de 2012, a Fiocruz começou a testar em seres humanos um remédio para tratar a aids em crianças, uma doença que, segundo dados oficiais, entre 1980 e 2010 afetou 14 mil menores de 13 anos, que, em sua maioria, o herdaram de suas mães durante a gravidez ou no momento do parto. EFE

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