Felipe Moura Brasil: Em debate, Luiz Marinho apela a truques retóricos do repertório petista
Confira a minha pergunta para o candidato do PT ao governo do estado de São Paulo, Luiz Marinho, no debate de domingo (16) promovido pela TV Gazeta em parceira com a Jovem Pan e o Estadão.
“O senhor se apresenta como candidato do Lula ao governo de SP e diz que ele é alvo de perseguição. Ele está preso em Curitiba e os governos do PT indicaram 10, ou seja, a maioria dos 15 juízes que foram responsáveis direta ou indiretamente pela prisão de Lula. Contando o TRF4 e o STJ e STF, Dilma indicou nove dos 15 juízes e Lula indicou um. O senhor acredita que os governos do PT foram incompetentes para indicar juízes ou que indicaram juízes isentos?”.
Luiz Marinho, claro, fugiu descaradamente da minha pergunta sobre a responsabilidade do PT na indicação dos juízes responsáveis pela prisão de Lula.
O candidato apelou a uma porção de truques retóricos do repertório petista:
– deu uma carteirada fazendo-se de autoridade em Direito à moda Ciro Gomes;
– tentou desqualificar a sentença de Sergio Moro com o mantra genérico da falta de provas;
– referiu-se pejorativamente à “República de Curitiba” para fingir que na terra da Lava Jato se cumpre uma Constituição paralela;
– menosprezou como “amigos de Curitiba” os três desembargadores do TRF-4 que aumentaram a pena imposta a Lula;
– ignorou, portanto, que dois deles – João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen – foram indicados pela própria Dilma;
– e falou em nome do povo brasileiro, como se o eleitorado de Lula que agora se transfere parcialmente para Fernando Haddad fosse majoritário na população do país, da qual, na verdade, a maioria considerou a prisão justa;
– e ainda, ignorando que o STJ e o STF já negaram habeas corpus, apostou na futura absolvição de Lula quando ambas as Cortes julgarem novos e infindáveis recursos, porque, compreende-se até, a esperança é a última que morre quando Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello ainda podem ajudar.
O PT em campanha é sempre isso: realidade paralela e aposta na cumplicidade dos outros.
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