Lula se recusa a pedir transferência da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para o Complexo Médico Penal de Pinhais, porque, ao fazer qualquer solicitação, estaria admitindo a condenação imposta pelos juízes da Lava Jato no caso do triplex do Guarujá.
E Lula, claro, não gosta de admitir nada. Nem que prefere a sala do Estado Maior, para evitar o convívio com outros presos.
Agora a esperança da defesa do presidiário inelegível é uma decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU que possa constranger o TSE, onde sua candidatura tende a ser barrada.
Acionado por Lula, o colegiado internacional admitiu avaliar artigo que trata do direito de votar e de ser eleito, segundo o Painel da Folha.
A aposta dos advogados é que uma decisão da ONU favorável a Lula, ainda que posterior ao resultado da disputa presidencial deste ano, possa alimentar o discurso sobre a ilegitimidade da eleição.
É claro que um Comitê da ONU não tem poder algum de interferir na democracia brasileira, que dirá revogando uma decisão da Justiça Eleitoral baseada em lei como a da Ficha Limpa, que prevê a inelegibilidade de condenados em segunda instância.
Mas só restaram ao corrupto e lavador de dinheiro essas tentativas de reforçar sua narrativa de perseguido político, para manter inalterada a crença dos fiéis da seita petista, descrita pelo ex-ministro Antonio Palocci.
Há fiéis para tudo. Até para acreditar que Lula leu 21 livros em 57 dias de prisão, em vez de ficar assistindo às novelas na TV.