“Fundos abutres” se colocam à disposição para negociar dívida com Argentina
Nova York, 2 jul (EFE).- Os advogados dos “fundos abutres” se reuniram nesta quarta-feira com o mediador designado pelo juiz nova-iorquino Thomas Griesa e afirmaram ter a intenção de dialogar em Washington com o ministro da Economia argentino, Axel Kicillof.
A firma de advogados Elliot Management, uma das que representam os credores que não renegociaram a dívida com a Argentina após a moratória de 2001 e que reivindicam na Justiça americana o pagamento integral dos títulos, se colocaram à disposição para se reunir sem condições prévias com Kicillof, que viaja hoje para Washington para discursar amanhã na Organização de Estados Americanos (OEA).
Os advogados se mostraram satisfeitos após “ver as informações na imprensa de que a Argentina decidiu se reunir com o mediador especialista (Daniel Pollack)”, em 7 de julho, mas reiteraram a falta de comunicação direta entre as partes.
“Somos sérios no que diz respeito a negociar”, destacaram os fundos. Para eles, para começar o diálogo, não é preciso “esperar mais uma semana, continuamos esperando que a Argentina empreenda algum diálogo”.
A dívida da Argentina com os fundos abutres, os 7% dos credores que se recusaram a aceitar a reestruturação da dívida proposta em 2005 e em 2010, ultrapassa US$ 1,33 bilhão, valor que com juros passa de US$ 1,5 bilhão.
Depois de Griesa fixar como prazo limite para este pagamento o último dia 30, a Argentina conseguiu um mês de prazo para negociar com os advogados dos fundos abutres, liderados por Robert A. Cohen, que representa a NML Capital.
A viagem de Kicillof aos Estados Unidos é para explicar à OEA as consequências da decisão do juiz americano, que dá prioridade ao pagamento dos “fundos abutres” na frente dos credores que reestruturaram a dívida.
O ministro participará também na quinta-feira de uma reunião extraordinária de ministros das Relações Exteriores, convocada a pedido da Argentina e apoiada pelos membros do Conselho Permanente, com a abstenção dos Estados Unidos, junto do chanceler argentino, Héctor Timerman. EFE
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