Grande Acelerador de Hádrons do CERN será ligado após 2 anos de manutenção

  • Por Agencia EFE
  • 11/03/2015 17h10

Genebra, 11 mar (EFE).- O Grande Colisor de Hádrons (LHC, sigla em inglês) está pronto para voltar a ser ligado, após dois anos de trabalhos de manutenção, uma nova etapa que será explicada em detalhes nesta quinta-feira pelos principais responsáveis do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN).

Está previsto que, nesta nova etapa, o LHC funcione durante três anos contínuos, um período durante o qual os cientistas acreditam que, através de seus diferentes experimentos, atingirão resultados que vão abrir novos horizontes para a física.

Com seus 27 quilômetros de circunferência, o acelerador de partículas do CERN é o maior e mais poderoso que existe. Para funcionar, sua temperatura deve estar a -217 graus centígrados.

Durante o período de revisão técnica a que foi submetido, o acelerador foi deixado no ponto para funcionar com quase o dobro da energia que alcançou em sua primeira etapa, que também durou três anos.

Assim começará a funcionar o LHC com energia de 6,5 TeV (teraelétrons-volt), com a qual os feixes de hádrons percorrerão o túnel do acelerador em direções opostas.

Segundo as previsões do CERN, as primeiras colisões de feixes, com energia total de 13 TeV, acontecerão em meados de maio.

Em 2012, os dois maiores experimentos do LHC – conhecidos como ATLAS e CMS – anunciaram o descobrimento do Bóson de Higgs, chamada no meio científico de “partícula de Deus” e que confirmou o Modelo Padrão no qual é baseada a física de partículas.

O Bóson de Higgs foi a última partícula que faltava para ser observada, e sua existência foi finalmente verificada de forma experimental.

Espera-se que as colisões com níveis mais altos de energia permitam detectar as pequenas diferenças que pode haver entre a aparência do bóson nos experimentos e o prognóstico do Modelo Padrão.

A comunidade científica do CERN tem grande expectativa nas contribuições que o LHC pode trazer para o conhecimento.

Por exemplo, em relação às teorias que predizem a existência de todo um grupo de partículas que os físicos não podem detectar porque não interagem através das forças eletromagnéticas.

Segundo essa lógica, se as partículas deste “setor escuro” possuírem massa, terão interação com o campo associado ao Bóson de Higgs, que se transformaria assim em um “ponto de contato” entre o Modelo Padrão e partículas “novas e mais exóticas”, explicou o CERN. EFE

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