Itália continua busca por desaparecidos após incêndio do ferry
Roma, 30 dez (EFE).- A Itália procura novos desaparecidos em torno da região dos destroços do ferry “Norman Atlantic”, incendiado no domingo no caminho entre Grécia e Itália e que culminou na morte de pelo menos dez pessoas.
Os trabalhos de resgate dos sobreviventes foram concluídos na segunda-feira, com 427 pessoas salvas e dez corpos recuperados.
No entanto, a Marinha anunciou nesta terça-feira a decisão de adiar a retirada dos navios “San Giorgio” e “Luigi Durand de la Penne” para esta tarde, até que sejam concluídos os trabalhos de busca de possíveis desaparecidos.
Uma das dúvidas sobre o incidente, além das causas do incêndio, é o número de pessoas que viajavam na embarcação acidentada. De acordo com os dados da empresa grega “Anek”, que administrava a embarcação de fabricação italiana, o número oficial de viajantes era 478, dos quais 56 pertenciam à tripulação.
Entre os números da companhia e o número de sobreviventes há uma diferença de 51 pessoas que, segundo a imprensa local, puderam descer na primeira escala, a cidade grega de Igoumenitsa.
O ministro italiano de Infraestruturas e Transportes, Maurizio Lupi, informou na segunda-feira em entrevista coletiva que é provável que alguns passageiros não tenham chegado a embarcar.
As imprensas grega e italiana cogitam que o número de desaparecidos possa chegar a 30 pessoas.
O número pode ser inclusive maior devido à presença de viajantes clandestinos no ferry no momento do acidente, na madrugada de domingo.
A presença desses viajantes ilegais foi confirmada na segunda-feira pelo representante do governo em Bari, Antonio Nunziante, que informou que entre os sobreviventes transferidos ao porto da cidade havia dois cidadãos afegãos que não pertenciam a nenhuma lista.
Entre os desaparecidos poderiam estar também três caminhoneiros napolitanos e outro siciliano, que continuam desaparecidos.
A tragédia começou por volta das 4h (meia-noite de Brasília) do domingo, quando ocorreu um incêndio na adega da embarcação. As chamas e a fumaça se propagaram com rapidez, o que fez com que o navio ficasse à deriva, próximo ao litoral da Albânia e sacudido pelas fortes ondas na área meridional do Mar Adriático.
As condições meteorológicas adversas atrasaram as operações de resgate coordenadas pela Itália, que também contaram com a participação de Grécia e Albânia.
Os restos do “Norman Atlantic” continuam amarrados a um rebocador e nas próximas horas chegarão ao porto de destino, no qual serão submetido a pesquisas judiciais.
As procuradorias de Brindisi e Bari já abriram investigações para esclarecer se houve crime no “naufrágio” ou “homicídio culposo” por parte do comandante, Argilio Giacomazzi, e do armador, Carlo Visentini.
Alguns veículos de comunicação divulgaram informações sobre uma vistoria, em 19 de dezembro, que revelou seis problemas relativos ao sistema de emergências e corta-fogo na embarcação. EFE
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