Juiz convoca para amanhã audiência entre governo argentino e “fundos abutre”
Nova York, 26 jun (EFE).- O juiz Thomas Griesa, responsável pela disputa entre os fundos americanos e o governo argentino, respondeu nesta quinta-feira aos “fundos abutres” e convocou uma audiência para amanhã para analisar se o depósito aos credores reestruturados é um desacato da Argentina à decisão anterior dele que determinava o pagamento aos fundos especulativos litigantes.
Amanhã às 10h30 locais (11h30 de Brasília), o magistrado americano convocou os litigantes (os “holdouts” que não aderiram à troca de títulos públicos da moratória em 2005 e 2010) e a Argentina para uma audiência, confirmaram à Agência Efe fontes do distrito Sul de Nova York, onde ela acontecerá.
Griesa respondeu assim ao pedido dos “fundos abutres”, que enviaram uma carta questionando o pagamento de US$ 832 milhões anunciado pelo governo de Cristina Kirchner aos credores da dívida reestruturada como um “descarado passo rumo à violação da ordem” emitida pelo tribunal há algumas semanas.
O juiz federal, que decidiu a favor dos holdouts que reivindicam o pagamento integral da dívida, rejeitou hoje o pedido da Argentina de suspender a medida para poder honrar o compromisso com os credores reestruturados, que representam 92,4% deles.
Os credores também entraram em contato com o banco New York Mellon (por onde o pagamento é feito) “para lembrá-lo de suas obrigações” de acordo com as leis americanas, como mostrou o documento assinado pelo advogado Robert Cohen, que afirmou que o Estado argentino “deverá provar porque não está incorrendo em desacato”.
A carta diz que as declarações do ministro da Economia da Argentina, Axel Kiciloff, relativas ao pagamento dos credores que aceitaram as reestruturações de 2005 e 2010 mostram que o país “não aceita as condições do tribunal ou não está de acordo com a interpretação da cláusula de pagamento simultâneo”.
Junto com a carta, os advogados dos “fundos abutre” juntaram a tradução jurada do discurso de Kicillof, e o comunicado emitido pelo governo de Cristina Kirchner sobre a transferência de recursos para esse pagamento. EFE
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