Kerry diz que ainda não há acordo nuclear com Irã, apesar de avanços

  • Por Agencia EFE
  • 02/03/2015 11h29
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Genebra, 2 mar (EFE).- O secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta segunda-feira que “não existe” nenhum acordo, nem parcial nem completo, sobre o controvertido programa nuclear iraniano, apesar dos progressos nas negociações entre Teerã e a comunidade internacional.

Kerry fez a declaração em entrevista coletiva após participar do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que começou hoje.

“Estou preocupado pelas notícias que indicam que alguns detalhes das negociações podem ser revelados nos próximos dias. Se isso ocorrer, seria muito pernicioso para a negociação”, questionou.

Kerry liderará durante os próximos dias a equipe negociadora americana nas reuniões com representantes iranianos na cidade suíça de Montreux. Amanhã, o diplomata se reunirá com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif.

O chanceler americano explicou que “nada está decidido até que tudo esteja decidido”, o que, segundo ele, demonstra que o acordo final ainda está longe de ser concluído.

Além disso, Kerry reiterou mais uma vez a posição do governo de Barack Obama de que “é melhor nenhum acordo que um acordo ruim”, por isso se continuará negociando enquanto não forem resolvidas todas as incógnitas sobre os objetivos do programa nuclear iraniano.

Kerry afirmou que nas reuniões de Montreux o Irã deve tomar decisões “difíceis” mas necessárias para demonstrar que realmente está comprometido com o processo.

O secretário disse também que as sanções não “são a solução”, por isso defendeu a necessidade de se obter um acordo verificável e sustentado ao longo do tempo.

“Tudo o que se incluir no acordo deve ser verificável. Todos os tratados sobre armas foram assim”, afirmou.

Nas reuniões de Montreux também participarão representantes das outras cinco potências que participam das negociações (Alemanha, China, França, o Reino Unido e Rússia), conhecidos como o G5+1, assim como da União Europeia.

“O Irã precisa dar confiança ao mundo”, concluiu. EFE

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