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Paulo Guedes em fúria: é exatamente disso que o Brasil precisa

Ministro da Economia, Paulo Guedes afirma que o governo precisa de apoio do Judiciário e do Legislativo para equacionar a situação dos precatórios

O ministro da Economia protagonizou dias de fúria esta semana. Chamou a Febraban de “casa do lobby”, chamou o ministro Rogério Marinho de “gastador e fura-teto”. Comentaristas políticos disseram em coro que Guedes deveria evitar esses impulsos de agressividade. Eu não: quero mais. Quero mais dias de fúria.  Guedes parece não perceber que é um dos poucos pilares que sustentam o governo. Se de repente decidir abandonar Bolsonaro, o baque será maior que o da saída de Sergio Moro. Deveria usar essa importância para emplacar aliados e impor sua agenda liberal em outros ministérios. Em vez disso, assiste passivo militares espalharem pautas estatistas pelo governo. Guedes precisa com urgência trocar a passividade pela fúria.  

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Já a demora do Congresso em aprovar reformas merece surtos histéricos de verborragia furiosa. Quem de fato quer ajudar minorias e os pobres brasileiros em geral precisa ter uma meta fundamental: aprovar reformas. Passar uma reforma administrativa que desligue a máquina de desigualdade do setor público e faça sobrar algum dinheiro para os programas de transferência de renda. Aprovar a PEC Emergencial, para que seja possível cortar salários e carga horária dos funcionários de estados quebrados. Defender privatizações e fim dos monopólios públicos (eis duas palavrinhas amaldiçoadas, “monopólio público”). Sem essas reformas, a dívida brasileira vai continuar apontando para cima. Ou se cobra mais impostos para reverter a curva ou se diminui os gastos. Se nenhuma dessas opções acontecer, a nota do Brasil nas agências de classificação de risco vai cair ainda mais. Investidores estrangeiros, já não muito simpáticos a investir por aqui, se esquecerão deste país exótico e tropical. 

Mas os deputados deixaram suas tarefas de lado para disputar eleições municipais. As comissões estão paradas, as reformas constitucionais não avançam. O PSL, grande novidade da eleição de 2018, ainda não mostrou a que veio. Não pressiona, não tem sequer uma agenda definida. Evidente que Paulo Guedes precisa evitar confrontos com os deputados. Isso não significa aceitar que os deputados o ignorem. Guedes deve fazer o governo pressionar quem está do seu lado para que defenda histericamente a aprovação das reformas o mais rápido possível. Deve emparedar deputados indecisos e acusá-los de agir contra o Brasil caso votem contra as reformas. Petistas faziam isso muito bem, em defesa das bandeiras erradas. Mas o principal alvo da fúria de Paulo Guedes deve o presidente da República. Bolsonaro tem sido um tanto displicente com as metas do ministério da Economia. Está na hora de Guedes dar um recado bem claro a Bolsonaro: “se você me quer por aqui, então comece a me levar a sério”. 

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