ONU está entregue a alguém que não conhece história e política internacional

  • Por Jovem Pan
  • 14/04/2018 11h04
EFE EFE Villa: "isso mostra que a ONU está entregue a alguém que não conhece história e política internacional, e por isso é tão inexpressiva"

Declarações do secretário-geral da ONU, o português António Guterres, sobre a possibilidade de o ataque realizado por Estados Unidos, França e Reino Unido contra a Síria se concretizar no retorno da Guerra Fria, mostram que ele não entende de história e nem do cenário político internacional.

“Ele só falou bobagem. Inacreditável. Quando ele disse que havia mecanismos institucionais na época da Guerra Fria, ele está doido. O que havia, sim, após a crise dos mísseis em Cuba, era o chamado ‘telefone vermelho’, que não era um mecanismo institucional, e ligava a Casa Branca ao Kremlin. você passava por cima de todas as instituições no contato entre as duas superpotências”, explica o historiador Marco Antônio Villa.

“Primeiro ponto: isso mostra que a ONU está entregue a alguém que não conhece história e política internacional, e por isso é tão inexpressiva atualmente. Segundo ponto: a Guerra Fria não voltou. Hoje, o mundo é radicalmente distinto. A China é a segunda economia do mundo, com um grande potencial militar, e tem mantido um relativo silêncio. Na guerra fria, existiam apenas dois lados. Hoje são, no mínimo, três. Por outro lado, a Guerra Fria se notabilizou pelo confronto entre capitalismo e socialismo, algo que é absolutamente inexistente na situação contemporânea. A questão do oriente médio também é muito mais complexa, uma vez que a geopolítica da região mudou radicalmente. Portanto, é uma questão muito complexa”, afirma o professor.

Sobre os próximos passos, é possível dizer que o conflito não deve se estender por ter um significado bastante definido.

“Era uma questão de satisfação ao público interno. Primeiro do ‘eu prometi bombardear e bombardeei’ do presidente norte-americano, e segundo um aviso aos sírios e russos que a ação de ataque a população civil tem limite”, finaliza Villa.

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