Mediação para acordo entre Argentina e fundos abutres não avança
Nova York, 24 jul (EFE).- O mediador no litígio entre Argentina e os fundos de investimento que exigem o pagamento da dívida em moratória desde 2001, Daniel Pollack, afirmou nesta quinta-feira que os assuntos que separam as partes do caso seguem sem solução.
“Após falar com ambas partes de maneira separada, propus e urgi por conversas diretas, tête-à-tête, entre as partes. Os representantes dos detentores de bônus aceitaram as conversas diretas, os representantes da República Argentina rejeitaram comprometer-se com conversas diretas”, explicou Pollack em comunicado.
O mediador, designado pelo juiz nova-iorquino Thomas Griesa, disse, no entanto, que espera que haja “próximas reuniões com as partes nos próximos dias”, mas não concretizou datas.
Em uma audiência realizada nesta terça-feira, Griesa, que está a cargo do processo apresentado pelos chamados fundos abutres contra a Argentina, pediu que as partes negociassem para chegar a um acordo antes de 30 de julho, quando vence o prazo para que a Argentina pague os detentores de sua dívida que aceitaram as trocas de 2005 e 2010.
Com essas trocas, aceitas por mais de 90% dos credores apesar de implicarem em grandes descontos, a Argentina resolveu em parte a milionária moratória de 2001.
Os fundos que possuem dívida não reestruturada reivindicam também receber pagamentos da Argentina e sem descontos.
“O tempo da República (Argentina) para evitar a moratória é curto”, lembrou hoje Pollack.
Embora a Argentina tenha desembolsado em junho US$ 1,031 bilhão para pagar aos credores que aceitaram a troca, grande parte do dinheiro ficou congelado nos bancos por recomendação de Griesa, que defende o pagamento simultâneo aos dois tipos de credores do país.
O período de carência de 30 dias dado à Argentina termina no dia 30 de julho e, se os credores não recebem até então seu dinheiro, o país entrará em moratória técnica. EFE
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