“NYT”: Valcke teria autorizado repasse de propina a ex-presidente da Concacaf
Nova York, 1 jun (EFE).- O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, pode ser a pessoa que transferiu US$ 10 milhões relacionados com o escândalo de corrupção na entidade que foi revelado na semana passada, informa nesta segunda-feira o site do “The New York Times”.
Segundo o jornal, a quantia teria sido repassada a contas controladas por Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, e seria uma “peça-chave” da acusação de que ele teria recebido suborno em troca de ajudar a África do Sul a ser eleita sede da Copa do Mundo de 2010.
O “NYT”, que cita como fonte funcionários do governo dos Estados Unidos e outras pessoas ligadas às investigações e que não foram identificadas, afirma que essa informação coloca o presidente da Fifa, Joseph Blatter, “mais perto” do rastro desse dinheiro.
De acordo com a publicação, a transação foi feita em três parcelas entre janeiro e março de 2008 que, somadas, totalizam US$ 10 milhões.
A justiça americana acusou formalmente 14 pessoas por uma série de crimes, entre dirigentes da Fifa e de empresas que fazem negócios com a organização esportiva.
Embora entre elas estejam vice-presidentes da Fifa, como o uruguaio Eugenio Figueredo e o caimanês Jeffrey Webb, as autoridades dos Estados Unidos não indicaram que existam acusações pendentes contra Blatter e Valcke.
As fontes do “NYT” disseram que Valcke é o “oficial de alta categoria” não identificado na folha de acusações. Segundo o jornal, esse documento da procuradoria não diz claramente que essa pessoa soubesse que estava usando esse dinheiro para um ato de corrupção.
O “New York Times” informa que Valcke respondeu em um e-mail que não autorizou estes pagamentos nem tinha o poder para fazê-lo, embora, para a publicação, essa resposta não significa que estivesse rejeitando qualquer envolvimento com as transferências.
Mesmo assim, o jornal assegura que a suposta ligação de Valcke com estes pagamentos “apresenta mais perguntas sobre o que Blatter sabia sobre estas transferências”.
A Fifa alegou que esses pagamentos foram autorizados por Julio Grondona, então presidente do comitê de finanças da organização e já falecido.
Estas normas, afirma o jornal, estabelecem que o secretário-geral da organização é responsável pela manutenção das contas da organização e tem a autoridade para fazer transações.
O “NYT” lembra que quando Blatter foi consultado na semana passada sobre estes pagamentos, disse que “definitivamente” não era o responsável. “Não tenho US$ 10 milhões”, declarou o dirigente a jornalistas.
O jornal lembra que Valcke esteve previamente envolvido em uma “controvérsia financeira” em uma negociação com MasterCard e Visa quando foi diretor de marketing da Fifa, posto do qual foi destituído em dezembro de 2006.
Em junho de 2007, no entanto, Blatter o designou secretário-geral da Fifa e, desde então, ele atua como “número dois” da organização.
Valcke tinha que viajar ao Canadá nesta semana para assistir a uma entrevista coletiva sobre o Mundial feminino, mas hoje decidiu não comparecer, de acordo com a Fifa. EFE
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