OIT diz que presença das mulheres na direção de empresas é insuficiente
Genebra, 12 jan (EFE).- A presença das mulheres na direção das empresas cresceu tão pouco nas últimas duas décadas, que no ritmo atual levaria entre 100 e 200 anos para alcançar a igualdade de gênero nos altos cargos das companhias.
Esta é a conclusão de uma publicação apresentada nesta segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que realizou uma pesquisa entre 1,2 mil empresas de 39 países em todas as regiões do mundo.
A pesquisa comprovou que em 30% de empresas entrevistadas, não havia nenhuma mulher em sua direção e que em 65% das companhias, as mulheres representavam menos de 30% de todos os diretores.
Só nos países nórdicos e no Reino Unido, a proporção supera 20%.
A OIT considera que 30% é a “massa crítica” necessária para que as opiniões das mulheres sejam levadas em conta na gestão das empresas.
Países latino-americanos como o Brasil e México, assim como a Espanha, além da China, se encontram no grupo de países onde as mulheres ocupam entre 5% e 10% dos assentos nas direções.
Chile, Índia, Japão e Rússia estão entre os que essa presença se reduz a menos de 5%.
Em nível global, só 5% ou menos dos diretores executivos das principais corporações são mulheres, o que ressalta o fato de que quanto maior é a empresa, menor é a probabilidade de que seja dirigida por uma mulher, segundo a OIT.
Em 19 dos 44 países onde foi realizada a pesquisa, não havia uma só empresa na qual uma mulher estivesse na lideraça da direção.
Em nível mundial, 87% dessas instâncias de decisão são dirigidas por um homem e 13% por uma mulher.
A relativa exclusão das mulheres dos altos cargos ocorre apesar de elas possuírem e administrarem 20% de todas as empresas, geralmente micro e pequenas.
O estudo da OIT também revelou a existência de barreiras invisíveis para a ascensão das mulheres empresárias, como as que se concentrem em certos tipos de funções, como recursos humanos, comunicação e administração.
A OIT identifica como obstáculos evidentes à liderança empresarial das mulheres o fato de que estas têm mais responsabilidades familiares do que os homens, o predomínio da cultura empresarial masculina e a falta de estímulo para que os homens peçam licenças relacionadas com suas responsabilidades familiares.
Frente a esta situação, se recomenda às empresas que apliquem “soluções flexíveis” que permitam as mulheres conciliarem as obrigações profissionais e familiares, e que estas sejam uma alternativa aos tratamento ou cotas especiais, que -segundo a OIT- “nem sempre são úteis e eficazes”.
Além disso, considera importante oferecer uma cobertura de proteção da maternidade e ajuda para o cuidado das crianças, de modo que as empresas possam contratar e ficar com as mulheres talentosas. EFE
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