OMS assume que epidemia de ebola na África Ocidental não está controlada
Genebra, 24 jun (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) assumiu nesta terça-feira que a epidemia de ebola que assola a África Ocidental não está controlada, mas afirmou que está fazendo o necessário para frear sua expansão.
“É a primeira vez que estamos perante uma epidemia destas características, com focos ativos em três países diferentes e em uma região onde nunca antes tinha aparecido o vírus. A epidemia não está controlada, e não estará até que a última pessoa infectada tenha passado 42 dias (período de incubação) sem desenvolver a doença”, afirmou em entrevista coletiva Fadéla Chaib, porta-voz da OMS.
Ontem, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou que a epidemia estava sem controle e pediu mais meios e mais pessoal para tentar pará-la.
O número de falecidos por causa da epidemia de ebola na África Ocidental já chega a 350, e dezenas de novos casos foram registrados nas últimos dias em Guiné, Serra Leoa e Libéria, os três países onde por enquanto se detectaram infecções.
Chaib anunciou hoje que a OMS ativou o Global Alert and Reponse Network (GOARN) -uma rede formada por agências internacionais, governos, universidades, e outras entidades- e solicitou especialistas em diversas áreas que possam viajar os três países envolvidos para tentar conter o surto.
“Infelizmente, ainda vemos que um dos principais problemas para freá-la é a pouca consciência da população sobre os riscos relacionados com os doentes. Ainda muitos não os levam ao hospital e os deixam em casa, ou tocam e abraçam uma vez falecidos, o que permite o contágio”, explicou a porta-voz.
Chaib lembrou que a OMS organizou uma reunião de alto nível no começo de julho para debater sobre a epidemia e as ações urgentes que devem ser implementadas para freá-la.
A reunião vai acontecer em Acra, a capital de Gana, à qual serão convidados todos os ministros de Saúde da região, um encontro que segue outro que realizado na sexta-feira passada pelos três ministros da Saúde dos países afetados.
“Nessa reunião se deram conta de que era importante que toda a região estivesse envolvida nos planos de contingência e por isso organizamos a de Acra”.
Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ebola na África Ocidental, pois até agora sempre tinham ocorrido na África Central. EFE
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