Petrobras adota 66 medidas de controle interno após escândalo de corrupção

  • Por Agencia EFE
  • 17/11/2014 13h38

Rio de Janeiro, 17 nov (EFE).- A Petrobras anunciou nesta segunda-feira que adotou 66 medidas de controle interno para incorporar boas práticas de gestão e investigar o alcance do escândalo de corrupção que levou executivos da empresa para a cadeia.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, detalhou em uma conferência com acionistas que, nos últimos meses já foram aplicadas 60 ações “relevantes” para a melhoria da administração da companhia e há outras seis em processo de implementação.

A medida “mais importante”, segundo Foster, decidida na sexta-feira pelo Conselho de Administração da empresa, é a criação de uma direção de “governança”, que zelará pelo bom cumprimento das leis e das regras internas da estatal.

“Devemos ter o mesmo respeito pela governança da empresa que pelo respeito técnico, que foi uma conquista de muitos anos, pelos desafios técnicos que foram superados”, afirmou Foster.

A Petrobras também contratou duas empresas de advocacia para investigar a natureza, a extensão e o impacto das denúncias que estão sendo investigadas pela Justiça.

Em função dessa auditoria, a empresa revisará sua contabilidade dos últimos anos, para anotar como perdas os valores superfaturados nas obras contratadas e na aquisição de ativos, além do dinheiro que teria sido desviado para subornos de políticos.

Segundo as investigações, a corrupção dentro da Petrobras movimentou entre 2006 e 2014 cerca de R$ 10 bilhões em superfaturamento de obras e em contratos da Petrobras.

Esses recursos seriam usados para financiar uma rede de corrupção que distribuía subornos milionários entre legisladores e partidos políticos.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que todos os valores atribuídos a propinas ou preços superfaturados em contratos serão contabilizados a partir do que os auditores considerarem como “preço justo” dos ativos.

Devido ao escândalo, a empresa decidiu adiar em mais de um mês a divulgação do resultado financeiro do terceiro trimestre deste ano, que só será divulgado em 12 de dezembro.

Nessa data serão divulgados os balanços sem modificações e posteriormente, em uma data ainda indefinida, o resultado das contas modificadas pelos auditores em função das perdas geradas pelo caso.

Foster especificou que Petrobras entrará com ações judiciais para recuperar os recursos que teriam sido desviados ilegalmente da empresa. EFE

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