Renan espera que votação do impeachment termine antes de meia-noite

Brasília - Renan Calheiros preside sessão do Congresso Nacional destinada a analisar e votar projetos orçamentários. Entre os projetos o PLN 5/15, que ajusta a meta fiscal do governo (Valter Campanato/Agência Brasil) Renan Calheiros ABR

O comentarista político Fernando Rodrigues conversou com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e outros comandantes da Casa, como Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) na madrugada desta terça (10).

Calheiros disse que a expectativa dele é que a votação do impeachment no Senado, marcada para esta quarta-feira (11) termine por volta das 22h ou 23h.

O presidente do Senado avalia que os governistas que tentarem eventualmente obstruir a votação ou prolongar seus discursos não terão muita força. Aqueles que têm interesse em apressar a votação são maioria, avalia Renan.

Mais de 50 senadores são a favor do impeachment. São necessários apenas 41 dos 81 votos para afastar a presidente Dilma Rousseff.

Maranhão

Rodrigues comentou também o reviravolta da votação do impeachment, protagonizado pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Ele disse que houve episódios lamentáveis e decisões impensadas.

Há uma indicação clara de que tudo foi urdido entre o governo e o presidente interino da Câmara para tentar embananar o processo de impeachment. No começo da tarde de terça (9), no entanto, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE), vice-líder do governo, mentiu para o jornalista por três vezes, negando o jantar que recepcionou entre o ministro da AGU José Eduardo Cardozo e Maranhão. Depois, tentou consertar.

Ganhar uma semana de prazo seria um oxigênio de valor inestimável para Dilma Rousseff, pois complicaria o governo Temer, para cujo fracasso o governo atual torce.

Já na madrugada, de maneira patética, Waldir Maranhão recua e revoga o que havia revogado: “desrevogando” a anulação da votação do impeachment.