Constantino: Bolsonaro sai mais forte após caso Marielle

  • Por Jovem Pan
  • 31/10/2019 09h29 - Atualizado em 31/10/2019 09h38
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Marcos Corrêa/PR Imprensa precisa refletir sobre má vontade prévia em relação ao governo Bolsonaro

A procuradora do Ministério Público  (MP), Simone Sibilio, chefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afirmou que o porteiro do condomínio que citou o nome do presidente Jair Bolsonaro na morte da vereadora do Rio, Marielle Franco (PSOL), e de seu motorista, Anderson Gomes, mentiu em depoimento à Polícia Civil.

“Tudo era muito inverosímel desde o começo, o que me remete à decisão do Grupo Globo de levar adiante aquela reportagem. Entende-se a ansiedade diante de um potencial furo de reportagem, o jornalismo vive muito disso – ainda mais envolvendo o presidente da República e um caso de assassinato que comoveu o país, em boa parte até por conta da campanha da própria Globo. Mas foi, no mínimo, uma decisão precipitada, apressada, para não dizer imprudente ou quiça irresponsável.

Isso ficou claro com a reação da própria TV Globo no Jornal Nacional de ontem. Dedicou um bloco inteiro ao assunto, ando amplo espaço para a reação do presidente Bolsonaro, para o que o filho dele, Carlos, mostrou ali, comprovando que era uma mentira do porteiro. Ou seja: se esperasse mais um dia e tivesse ido mais à fundo, não teria esse barulho todo e talvez não precisasse reagir na defensiva como agiu.

Óbvio que durante a defesa que fez do jornalismo aproveitou para atacar um pouco o presidente, também, falou que o Bolsonaro não entende muito o papel do jornalismo – o que, em parte, é verdade. Nenhum governo gosta da imprensa livre e quer que ser uma imprensa subserviente, não entende esse papel de procurar a verdade doa a quem doer.

Mas eu acho que caberia uma reflexão, sim, à boa parte da imprensa, sobre se não há uma má vontade prévia em relação ao governo Bolsonaro. É mais ou menos o que aconteceu nos Estados Unidos, com Trump, que a mídia dedicou dois anos inteiros ao suposto conluio do presidente com os russos e martelou dia sim, dia também, e foi tudo por água abaixo quando ficou claro que não existiu conluio após as investigações.

Então é preciso um pouco mais de cautela, talvez – eu acho que o presidente sai fortalecido desse caso todo. Fica apenas desgastado seu relacionamento com o governador do Rio, Wilson Witzel, que foi acusado de ser o responsável pelo vazamento – negou, obviamente.

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