Constantino: Justificativa para alta do dólar não está na fala de Guedes

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2019 08h03 - Atualizado em 29/11/2019 08h14
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Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo Segundo o subprocurador Lucas Rocha Furtado, existem “fortes indícios” de que as falas do ministro tiveram relação direta com a alta da moeda

O Ministério Público de Contas, que atua junto com o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu, nesta quinta-feira (28), que a corte investigue se os comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o dólar, trouxeram consequências negativas para o país. Segundo o subprocurador Lucas Rocha Furtado, existem “fortes indícios” de que as falas do ministro tiveram relação direta com a alta do dólar.

“Isso é uma tremenda bobagem, estão querendo arrumar pelo em ovo. É óbvio que a fala do ministro pode ter sido infeliz. Alguns destacaram a questão do AI-5 mas, para o dólar, o pior foi falar do próprio câmbio. Ele disse que era preciso “se acostumar com o nível de câmbio mais alto”, mas isso é uma análise realista, que quer dizer, basicamente, que a taxa básica de juros, a Selic, caiu de forma sustentável e vai ficar muito baixa agora – perto desses 5% ao ano ou até menos. E isso impacta o câmbio, porque o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos ficou muito pequeno e o Brasil fica com ativos menos atraentes para o investidor estrangeiro.

Se há uma verdadeira razão, e o câmbio deveria voltar a um patamar mais ‘civilizado’, só tem um jeito de fazer isso: intensificar as reformas estruturais. Não se manipula preço de câmbio e não se busca como fator primordial para suas variações, que é um preço que sofre influência de inúmeros fatores, uma fala de um ministro”, avaliou Constantino.

 

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