Constantino: Quando há mais combate ao crime, vai ter mais letalidade policial
Casos envolvendo agentes de segurança responderam por 13,3% das mortes violentas
O Brasil volta a ter aumento nas mortes violentas em 2020, mesmo com a pandemia ativa. Dados no Anuário Brasileiro da Segurança Pública mostram que, no primeiro semestre, foram 25.712 homicídios — uma alta de 7% em relação ao ano passado. Foram quase 5 mil mortes violentas de crianças e adolescentes no ano passado e 75% das vitimas eram negras. A letalidade policial chegou ao maior patamar da serie histórica, sendo que casos envolvendo agentes de segurança responderam por 13,3% das mortes violentas. “A forma como esse estudo é divulgado já tem um viés ideológico claro. Em primeiro lugar, é lamentável que tenha interrompido a tendencia de queda — mas é preciso analisar com calma. O Ceará respondeu por mais de mil aumento de mortes, isso é preocupante”, disse.
“A gente sabe que lá teve motim e greve, teve a história do Cid Gomes com a retroescavadeira em cima dos policiais. Isso tudo tem que ser acompanhado de perto. Segundo lugar é que as estatísticas de raça, que já é um conceito esquisito, são enganosas. Elas desaparecem com os pardos, que são 40% da população. Então só existe preto e branco, morre 75% de jovens negros. Isso não é verdade. Não tem a ver com raça, mas com as favelas e periferias. Morrem mais pobres onde tráfico e as milicias dominam e tem confrontos. Sobre a letalidade policial, é aquela história: a alternativa de nada fazer é ainda pior. Quando há mais combate ao crime, vai ter mais letalidade policial. Mas a alternativa é deixar o crime dominar e isso não é uma alternativa concreta.”
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