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Rodrigo Constantino: Concentração de poder no líder populista costuma terminar muito mal

O clima político brasileiro está cada vez mais tenso e polarizado, como se fosse uma final de futebol. Cada um se mostra apaixonado por seu time, sem qualquer possibilidade de buscar compreender os argumentos do outro lado.

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André Guedes comentou: “Essa ressignificação das palavras é o primeiro sintoma de que padecemos de uma doença grave. Percebo que as pessoas acham que MODERAÇÃO ou qualquer termo que denote algum equilíbrio de julgamento é sinônimo de centro político/isentão. Quem faz isso assume o próprio radicalismo.”

Não concordo com a postura de ala do bolsonarismo, que investe pesado na “pressão das ruas” para conseguir impor sua pauta. Também me desagrada muita coisa que vem do nosso Congresso, mas é preciso lembrar que os deputados ali foram eleitos e representam parcela da população. As mudanças democráticas são mais lentas do que gostaríamos, mas a alternativa de seguir por uma concentração de poder no líder populista “amado” pelo povo costuma terminar muito mal. Ao expor esse raciocínio, passei a atrair a fúria da militância virtual bolsonarista. Mas lembro de Burke, o pai do conservadorismo, para reforçar a ideia de que há uma maioria silenciosa que tem sua voz abafada pelos gritos das minorias organizadas:

“Porque meia dúzia de gafanhotos sob uma samambaia faz o campo tinir com seu inoportuno zumbido, ao passo que milhares de cabeças de gado repousando à sombra do carvalho inglês ruminam em silêncio, por favor, não vá imaginar que aqueles que fazem barulho são os únicos habitantes do campo; ou que logicamente são maiores em número; ou, ainda, que signifiquem mais do que um pequeno grupo de insetos efêmeros, secos, magros, saltitantes, espalhafatosos e inoportunos.”

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