Com vacinação acelerada e pacote de estímulos, EUA projetam ‘crescimento chinês’ em 2021
O Banco Central dos Estados Unidos aumentou as previsões de alta no ano de 4,2% para 6,5%, e a OCDE de 3,2% para 6,5%; se confirmado, será o maior crescimento na economia desde 1984
Depois de um 2020 em que caiu mais de 4%, e mesmo tendo enfrentado recorde de casos de Covid-19 no dia 19 de janeiro, a economia dos Estados Unidos está decolando. A vacinação acelerada e os pacotes de estímulo do governo, que já gastou quase US$ 7 trilhões em ajuda a empresas e trabalhadores, levaram a algo raro quando se trata da economia americana: um crescimento chinês. Isto é, digno dos números monumentais geralmente vistos na China, onde uma subida de 6% ou 7% do PIB, o Produto Interno Bruto, não é nada demais. Economias desenvolvidas não costumam crescer tanto, já que, pelo tamanho que possuem, há menos espaço. Mas, na semana passada, o Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos, aumentou as previsões de alta no ano de 4,2% para 6,5%.
PIB EUA ANTES ATUAL
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FED 4,2% 6,5%
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OCDE 3,2% 6,5%
É o mesmo crescimento projetado pela Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que recentemente revisou seus números para o ano. Em dezembro, a OCDE via o PIB americano crescendo 3,2%. Em três meses, dobrou para 6,5%. Se confirmada, será a maior alta na economia desde 1984, quando o presidente americano era Ronald Reagan. Naquele ano, o PIB, também se recuperando de uma recessão, subiu 7,3%.
PIB EUA
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1984 +7,3%
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2021 +6,5% (previsto)
Na última semana, os novos pedidos de seguro-desemprego recuaram quase 100 mil, algo como menos 15% em sete dias, dado divulgado nesta quarta-feira, 24. Também ontem, o governo revisou a alta no último trimestre de dois 2020 de 4,1% para 4,3%. A leve melhora reforça a percepção de que a economia americana terminou o ano e entrou em 2020 acelerando. A recuperação se beneficia dos estímulos e pacotes de ajuda. Mas, fundamentalmente, porque a vacinação acelerada da população mudou as expectativas.
Depois de um início confuso em que a imunização travou, o governo de Joe Biden pôs ordem na casa e hoje se vacina dois 2,5 milhões de americanos por dia. Dez vezes mais do que aqui. No fim, é uma esperança de que, com a vacinação melhorando, o Brasil possa retomar a recuperação. A nova onda de casos travou a economia de novo com os lockdowns e férias coletivas na indústria. Estímulos para a economia ou oferecer auxílio aos mais atingidos pela crise ajuda, mas não resolve o problema. As pessoas seguem sem retomar suas vidas. Mas o caso americano demonstra que a vacinação vai mudar o jogo.
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