Exportações e commodities desafiam projeções e salvam o PIB brasileiro

Economia segue dando indicações de que sentiu menos do que o esperado a nova onda da Covid-19; nesta terça-feira, o Ministério da Economia elevou a estimativa de alta de 3,2% para 3,5% no final do ano

  • Por Samy Dana
  • 18/05/2021 20h41
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joelfotos/Pixabay Cédulas de 50 e 100 reais organizadas em espiral A onda de elevações do PIB para cima acompanha os dados preliminares do primeiro trimestre, que vieram melhores do que o previsto

Mesmo com problemas na vacinação e um alto número de casos, a economia segue dando indicações de que sentiu menos do que o esperado a nova onda da Covid-19. Nesta terça-feira, 18, o Ministério da Economia elevou a estimativa de alta de 3,2% para 3,5% no final do ano, percentual alinhado com o Boletim Focus, do Banco Central, que nesta segunda-feira já havia apontado a elevação das expectativas do mercado financeiro. Com a piora da pandemia, as projeções para a economia recuaram. Semanas atrás, havia até mesmo indicações de que o Produto Interno Bruto (PIB) ficaria abaixo de 3% no ano. Mas, com os números de internações e de mortes recuando, mesmo que ainda se mantenham em patamar alto, o otimismo com o futuro da economia voltou.

Na semana passada, as projeções dos economistas de bancos e de financeiras passaram de 3,14% para 3,21% no fim de dezembro. Subiram no Boletim Focus de ontem para 3,45%, ainda abaixo da queda do PIB em 2020, de 4,1%, deixando para o ano que vem o momento em que a crise será ultrapassada, mas uma forte sinalização de que as expectativas mudaram. Também ontem, o Rabobank, banco holandês, divulgou previsão de que a economia brasileira crescerá 4% no ano. Na semana passada, o Credit Suisse já havia seguido o mesmo caminho, passando a apostar em crescimento de 3,6% do PIB contra 3,2% anteriores.

A onda de elevações do PIB para cima acompanha os dados preliminares do primeiro trimestre, que vieram melhores do que o previsto. Falava-se em queda, mesmo pequena, do PIB. Agora, a aposta é em crescimento pequeno, mas crescimento. Indústria e comércio melhoram. E as exportações também crescem, acompanhadas da alta de preços das commodities no mercado internacional. Estes dois últimos fatores têm bagunçado as projeções dos economistas. A alta do minério de ferro, exportado pela Vale, por exemplo, está muito acima do esperado no começo do ano não só devido à demanda da China, mas também às tensões comerciais entre o país e a Austrália. Ninguém previa também a falta de chips, que afeta o desempenho de setores inteiros da indústria global, inclusive a brasileira. Em um mundo que ainda se reorganiza para o pós-covid, está mais difícil saber para onde vai a economia. Mas desta vez, pelo menos, o erro nas projeções foi a nosso favor.

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