Governo revisa alta do PIB para 3,5% em 2021 e enxerga inflação a 5,05%

Dados do Boletim Macrofiscal mostram maior otimismo após a resiliência da economia brasileira no 1º trimestre, a despeito da piora da pandemia e a reedição de medidas de isolamento social

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2021 11h52
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Washington Costa / Ministério da Economia Fachada do Ministério da economia na Esplanada dos Ministérios Fachada do Ministério da economia na Esplanada dos Ministérios

O Ministério da Economia revisou para cima as previsões para a expansão da economia brasileira e da inflação em 2021, segundo dados do Boletim Macrofiscal divulgados nesta terça-feira, 18, pela Secretaria de Política Econômica (SPE). A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 3,2% para 3,5%. Para os anos entre 2022 e 2025, a equipe econômica manteve a projeção de 2,5%. A perspectiva mais otimista é justificada pela resiliência da economia brasileira no primeiro trimestre, a despeito do recrudescimento da pandemia do novo coronavírus e a reedição de medidas de isolamento social. “Os dados da indústria e serviços surpreenderam as expectativas de mercado, tornando provável que o PIB cresça na margem nesse trimestre. Dessa forma, os resultados melhores no começo deste ano e a expectativa de continuidade do processo de vacinação, impulsionando o setor de serviços no segundo semestre, possibilitaram a revisão do crescimento do PIB para 2021 em 0,3 p.p., para 3,5%”, informou a pasta.

Apesar da indicação de expansão da economia em 2021, os técnicos do ministério afirmaram que “a incerteza nas estimativas atuais ainda permanece significativamente elevada” e que a “vacinação em massa é imprescindível tanto para o crescimento econômico atual como para o crescimento futuro.” “Como em toda projeção, há incerteza inerente às estimações para o horizonte prospectivo, especialmente neste período da pandemia da Covid-19. Desta maneira, usando a variância da previsão dos modelos considerados, é possível estimar diferentes cenários para o crescimento da atividade, segmentando-os em diferentes percentis”, informou a SPE. O mercado financeiro estima que o PIB de 2021 encerrará com alta de 3,45%, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira, 17. Há uma semana, as fontes do Banco Central projetavam alta de 3,21%, e de 3,04% há um mês. Para 2022, o mercado estima alta de 2,38%.

Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira, o Ministério da Economia projeta avanço de 5,05% em 2021. No Boletim Macrofiscal divulgado em março, a previsão era de 4,42%, enquanto na edição de novembro de 2020 a expectativa era de 3,23%. O novo número está acima do centro da meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central, com margem de 2,25% e 5,25%. Para 2022, a equipe econômica estima que a inflação encerrará em 3,5%, enquanto em 2023 a previsão é de 3,25%. O mercado financeiro revisou para cima a previsão do IPCA deste ano pela sexta semana seguida, passando de 5,06% para 5,15%. Para 2022 e 2023, a previsão é de 3,64% e 3,25%, respectivamente. O medidor oficial da inflação brasileira foi a 6,76% nos 12 meses acumulados em abril.

O Boletim Macrofiscal também mostrou um maior otimismo com a recuperação da economia global após o choque da pandemia do novo coronavírus, puxada pela reabertura das principais economias mundiais e a valorização das commodities. “Os preços dos metais, carnes e alimentos superam o nível de dezembro de 2019, período anterior à pandemia, em torno de 50%. Adiciona-se à elevação destes produtos, a falta de matéria-prima para produção de alguns bens, assim, tendendo a proporcionar pressões altistas no preço ao consumidor”, informou o ministério. Segundo os técnicos, apesar de incerto, o cenário trará benefícios ao Brasil.

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